Manifestantes iranianos pedem greve de três dias após fala de promotor
População visa aumentar pressão para suspender ações da Polícia da Moralidade no país
Manifestantes iranianos convocaram, a partir desta 2ª feira (5.dez), uma greve de três dias para intensificar a pressão sobre as autoridades do país. Isso porque, no último fim de semana, o procurador-geral Hojatolislam Jafar Montazari indicou a suspensão da chamada Polícia da Moralidade, o que não foi confirmado pelo governo.
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O departamento, criado em 2005, tem como função fiscalizar vestimentas e comportamentos das mulheres. Em setembro, os agentes prenderam Mahsa Amini, de 22 anos, por usar o hijab - véu obrigatório - incorretamente, deixando partes do cabelo à mostra. A jovem morreu três dias depois, desencadeando uma onda de protestos no país.
A situação vem sendo considerada "crítica" por líderes mundiais, uma vez que as manifestações já resultaram em mais de 470 mortes e 18,2 mil prisões. Dos detidos, ao menos 10 já foram acusados de crimes que levam à pena de morte, o que gerou medidas da Organização das Nações Unidas (ONU).
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No fim de novembro, a entidade aprovou uma missão independente para investigar a atuação das forças de segurança nos protestos, visando analisar casos de violação de direitos humanos e abuso de poder. A medida, no entanto, foi repudiada pelo governo iraniano, que disse não reconhecer a missão.