Nomeação de bispo acirra tensão entre China e Vaticano
Países romperam em 1951 com o reconhecimento de independência de Taiwan por parte da Igreja
A nomeação de dom Giovanni Pend Weizhao para bispo auxiliar de Jiangxi, província do sudeste chines que não é reconhecida pela Santa Sé, em 24 de novembro causou incomodo no Vaticano e quebrou um acordo provisório de nomeações de bispos feito entre os países.
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Os dois países cortaram laços depois do Vaticano reconhecer a independência de Taiwan em 1951. Taiwan é uma província que luta pelo reconhecimento de país e se separou da nação chinesa em 1949 devido à guerra civil.
A relação teve uma melhora com o acordo provisório de nomeação de bispos assinado pelos países em 2018. Apesar das clausulas não forem divulgadas, sabe-se que o acordo deu oportunidade de o Vaticano reassumir o papel nas decisões de bispos chineses para igreja. O acordo havia sido renovado pela segunda vez em 22 de outubro deste ano.
Em nota, o Vaticano se disse "surpreso" com a notícia da nomeação e relatou que a nomeação "não ocorreu e conformidade com o espírito de diálogo existente entre a parte vaticana e a parte chinesa e com o estipulado pelo acordo provisório de nomeação de bispos assinado em setembro de 2022".
Os católicos chineses se dividem há anos em responder ao conselho de bispos escolhidos pelo Partido Comunista e um braço da Igreja católica que vivia na clandestinidade. Com o acordo, seis bispos já haviam sido nomeados.
*Estagiário sob supervisão de Cido Coelho
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