"Situação no Irã é crítica", diz ONU após novas mortes em protestos
Manifestantes cobram explicações pela morte de Mahsa Amini; alguns presos já foram condenados à morte
O chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Türk, classificou como "crítica" a situação no Irã. Em pronunciamento nesta 3ª feira (22.nov), o diplomata afirmou que mais de 300 pessoas foram mortas desde o início dos protestos contra a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, incluindo 40 crianças.
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"Instamos as autoridades a atender às demandas das pessoas por igualdade, dignidade e direitos - em vez de usar força desnecessária ou desproporcional para reprimir os protestos. A falta de responsabilização por graves violações dos direitos humanos no Irã continua a ser persistente e está a contribuir para as queixas crescentes", disse Türk.
Segundo o diplomata, milhares de pessoas foram detidas por se juntarem aos protestos e ao menos seis delas já foram condenadas à morte sob acusação de "travar guerra contra Deus". Ao mesmo tempo, autoridades iranianas dificultam o envio dos corpos das vítimas às famílias, muitas vezes exigindo que os parentes não falem com a imprensa.
"Recordamos às autoridades iranianas que, nos termos do direito internacional em matéria de direitos humanos, têm a obrigação de respeitar e assegurar os direitos à reunião pacífica e à liberdade de expressão. Apelamos às autoridades para que libertem todas as pessoas detidas em relação ao exercício dos seus direitos e que retirem as acusações contra elas", pediu Türk.
A declaração do diplomata acontece poucos dias após a ONU pedir a libertação imediata dos manifestantes detidos durante os protestos. De acordo com a entidade, ao menos 10 dos milhares de presos foram acusadas de crimes que levam à pena de morte no país.
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A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, desencadeou uma onda de protestos no Irã, sobretudo na capital. Os manifestantes continuam exigindo esclarecimentos sobre o caso, uma vez que a jovem morreu três dias após ter sido detida por usar o hijab incorretamente. Apesar do governo afirmar que o óbito foi causado por "hipóxia cerebral", a família acredita que ela foi torturada.