Selena Gomez lança filme sobre a luta contra os próprios fantasmas
Conversamos com o diretor do filme "Selena Gomez: Minha Mente e Eu" e com o editor, que é brasileiro
No palco, sorrisos, poder, autoconfiança e brilho. Mas, por detrás de todos os holofotes há inseguranças, lutas, angústias e monstros. Selena Gomez abre o coração e expõe todos os seus medos e fragilidades em "Minha Mente e Eu", documentário que fala sobre saúde mental e a batalha da artista contra o lúpus, uma doença autoimune. O filme está disponível no Apple TV+.
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Uma jornada íntima pelas profundezas dos pensamentos, agora verbalizados de maneira nua e crua. Selena Gomez se entrega de alma aberta para expor sua vulnerabilidade, da depressão à ansiedade, a autocobrança e a síndrome de impostora, a trajetória após ser diagnosticada com lúpus, em 2015. Ela chegou a passar por sessões de quimioterapia e transplante de rim devido à doença. O desafio de enfrentar o tratamento em meio ao auge de sua carreira é um dos focos do documentário "Selena Gomez: Minha Mente e Eu".
Desde os sete anos, ela está nos holofotes. Começou a trabalhar ainda criança e nunca mais parou. Ganhou o mundo, se tornou milionária e conhecida ao redor do planeta, mas nem por isso se sente completa. E convidou o diretor Alek Keshishian para contar sua história.
"Quando eu me preparo para fazer um documentário, meu objetivo é mostrar a essência da pessoa, para mim o objetivo era primeiro eu encontrar essa essência. E, em seguida, certificar-me de apresentá-la em um filme da melhor maneira possível. Esse é o grande princípio organizador no caso deste documentário sobre a Selena. Sua essência, resiliência e autenticidade são incríveis, com um profundo desejo de ajudar outras pessoas. Isso se tornou o principal assunto deste filme", contou o diretor.
Keshishian, quando tinha 24 anos, assinou nos anos 1990 "Na Cama com Madonna", documentário que se tornou um clássico e que se propôs a mostrar o lado real da rainha do pop. O cineasta nos contou que embarcou nesta nova jornada com Selena para mostrar a essência de uma diva de outra geração.
"Eu tive muita sorte porque tive a Madonna, parte disso é que eu crio um vínculo muito íntimo com os artistas. Madonna apenas confiou em mim. Ela não me deu nenhum direcionamento. Selena novamente, confiou em mim e desenvolvemos tanta proximidade e isso não importava. No entanto, por causa das mídias sociais, hoje artistas e celebridades escolhem suas próprias realidades, em suas próprias mídias sociais, é curadoria. Então real é o que eles querem que você veja. Então, sim, acho que há um nível mais alto para alguém que realmente queira fazer esse tipo de documentário. Eu gosto de ir mais fundo. É permitir que outra pessoa te veja através de seus olhos e ser capaz de apontar coisas das quais você não está ciente, boas ou ruins. Dizem que a criação de um documentário muda, tanto o assunto quanto o cineasta, e tive sorte de que meus dois documentários tenham feito isso", relata Alek.
No filme, o espectador embarca no que passou pela mente da estrela nos últimos anos: com a turnê Revival cancelada, o diagnóstico de transtorno bipolar enquanto estava em tratamento de lúpus, a apreensão dos amigos e da família pela vida da estrela, as assombrações deixadas pelo relacionamento que teve com Justin Bieber. Em uma viagem ao Quênia, a conexão com quem mais precisa dela e onde Selena sente que está seu coração. Os fãs podem conhecer mais a menina, filha de uma adolescente de 16 anos com imagens da infância que trazem a emoção de uma história de sonho americano. Em um dos momentos mais emocionantes, Selena volta ao bairro onde cresceu, no Texas, e vai de porta em porta, para rever quem a viu crescer.
"Ela queria voltar, quando saiu da última recuperação, estava querendo ressignificar muitas coisas. Levou um tempo para ela restabelecer o equilíbrio, acho que para ela ir para o Texas ajudou nisso, a fez sentir suas raízes. Ela não se esquiva de seu passado, de certa forma, seu passado dá significado ao presente e relembra o que é importante na sua vida", conta o diretor.
Editor brasileiro
Alek escolheu um editor brasileiro para dar forma ao documentário. E, destaca que Rodrigo Brazão trouxe uma "compreensão emocional brasileira" e "entendimento do que é ser latino" para o filme.
Já o editor nos contou como foi transformar 200 horas de filmagens, em um documentário de 1h35min. "Meu principal objetivo era manter fresca e viva a impressão que tive vendo todo aquele material que infelizmente a gente não pode mostrar na íntegra e eu sei que muita gente queria ver. Queria poder manter isso vivo ainda que reduzido e acho que a gente conseguiu fazer e foi uma das coisas que mais gostei de fazer", diz o editor.
Brazão conta que tentou reproduzir em sua edição também um pouco dos sentimentos que passam pela mente de Selena, e entrega uma montagem belíssima, cheia de emoção e delicadeza. Um convite para uma autorreflexão.
"Espero que as pessoas possam se identificar e repensar algumas coisas de como você lida com sua própria vida a partir do que está exposto no filme, talvez se sentir melhor, mesmo que você tenha alguns problemas e questões a resolver, acho que o filme passa uma mensagem positiva de que se você continuar tentando as coisas podem melhorar", finaliza o brasileiro.