Liz Truss renuncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido
Ela continuará no cargo até que um novo líder seja eleito pelo partido Conservador
A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo na manhã desta 5ª feira (20.out). Em pronunciamento na frente da sede do governo, no número 10 da Downing Street, ela anunciou a decisão e informou que permanecerá no governo até que um novo líder seja escolhido pelo partido Conservador, do qual faz parte.
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"Reconheço, dada a situação, que não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador. Por isso, falei com Sua Majestade, o rei, para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador", disse Truss. Ela governou por 45 dias e tornou-se a primeira-ministra que menos tempo ficou no cargo na história do país.
Substituindo Boris Johnson, Truss foi eleita premiê em 5 de setembro, após ganhar de Rishi Sunak na eleição interna do partido. Mas sua governabilidade foi colocada em xeque poucos dias depois, quando anunciou um plano econômico polêmico que assustou o mercado financeiro, elevando os custos dos empréstimos do governo, elevando os custos das hipotecas residenciais e fazendo com que a libra despencasse para o nível mais baixo de todos os tempos, forçando o Banco da Inglaterra a intervir para proteger os fundos de pensão.
É que, em sua maioria, as ideias seriam de diminuir impostos, ou seja, a arrecadação federal. Entre elas, estava a proposta de acabar com as altas taxas aos mais ricos. O plano resultou na demissão do chefe do Tesouro de Truss, Kwasi Kwarteng, na última 6ªfeira (14.out), e na demissão da ministra do Interior, Suella Braverman, na 4ª feira (19.out). Na carta em que anunciou a sua saída, Braverman criticou a premiê, dizendo ter "preocupações com a direção deste governo".
No mesmo dia, ela foi alvo de críticas de membros do seu partido e do partido trabalhista em uma sessão do Parlamento marcada por gritos que pediam sua renúncia. Dizendo ser uma "lutadora e não uma desistente", Liz Truss negou que deixaria o cargo, mas, na manhã desta 5ª feira, após reunião com o membro sênior do partido, Graham Brady, ela anunciou sua saída.
Agora, o Partido Conservador precisa achar um novo líder - e rápido. Truss é a terceira primeira-ministra a deixar o cargo antes da hora, agravando a crise política no país e no partido, com as pesquisas de opinião dando ao Partido Trabalhista uma grande e crescente vantagem. Entre os nomes para substituir Truss, estão Rishi Sunak; a líder da Câmara dos Comuns, Penny Mordaunt; o secretário de Defesa, Ben Wallace; e o recém-nomeado chefe do Tesouro, Jeremy Hunt. O último já informou que não tem pretensões de concorrer ao cargo.
Segundo o partido Conservador, os nomes para a disputa devem ser anunciados até o dia 28 de outubro. Enquanto isso, Truss permanece como primeira-ministra do Reino Unido.
O Partido Trabalhista pediu pela convocação de eleições gerais, o que, teoricamente, não precisa acontecer até 2024.
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