ONU alerta para queda nos direitos e liberdade de imprensa no mundo
No dia internacional da democracia, chefe da entidade alerta para aumento da desconfiança e desinformação
No dia internacional da democracia, comemorado nesta 5ª feira(15.set), a Organização das Nações Unidas (ONU) vê um declínio nos direitos e liberdade da imprensa em países ao redor do mundo. De acordo com a entidade, cerca de 85% da população mundial sofreu com algum tipo de cerceamento ou declínio na liberdade de imprensa nos últimos cinco anos.
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com a diminuição da liberdade de imprensa, a polarização política e o aumento da desinformação.
"O espaço cívico diminui, a desconfiança e desinformação aumentam. E a polarização mina as instituições democráticas" disse Guterres.
Na fala, o diplomata deixa claro a importância da imprensa livre para uma democracia forte e afirma que agora é o momento de soar o alerta com o estado de direito. A mensagem do secretário também ressalta uma mídia plural, livre e independente que colabore com a pluralidade das tomadas de decisão.
A mensagem vem em momentos de tensão democracias do mundo. Recentemente, vários países sofreram golpes de Estado e voltaram a regimes ditatoriais. Como Myanmar, país do sudeste asiático que sofreu um golpe por parte do exército, e o Afeganistão que, com a volta do regime do Talibã e a saída dos Estados Unidos, teve uma perda de direitos e a supressão da imprensa.
No entanto, países pilares da democracia, como Estados Unidos e Brasil, também vêm sofrendo ataques com desinformação, violência e polarização. Nas eleições presidenciais de 2020, o então presidente Donald Trump inflou seus apoiadores com acusações de que o processo eleitoral, que elegeu Joe Biden, teria sido fraudulento e pediu que os apoiadores marchassem ao Capitólio, congresso dos Estados Unidos, símbolo da democracia.
No dia 6 de fevereiro, eleitores invadiram o local e ameaçaram congressistas que aprovavam os resultados eleitorais. O fato marcou a democracia norte-americana.
No Brasil, com o recente processo eleitoral de 2022, casos de polarização e violência também já foram registrados. Como no Paraná, com o assassinato do tesoureiro do PT, que comemorava seu aniversário com o tema do Lula. O responsável pelos disparos, policial bolsonarista Jorge Guaranho, foi preso pelo crime.
O último caso registrado de violência foi no debate de governadores de São Paulo, em que o deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) tentou intimidar a jornalista Vera Magalhães. O deputado fez falsas acusações sobre o salário da jornalista e disse que Vera era "uma vergonha para o jornalismo".
*Estagiário sob supervisão de Cido Coelho
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