Homem que tentou matar Cristina Kirchner é filho de pai chileno e mãe argentina
Fernando Andrés Sabbag Montiel nasceu no Brasil em 1987; aos 6 anos foi morar no país portenho
Um dia depois da tentativa de assassinato contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o autor dos disparos Fernando Andrés Sabag Montiel, 35 anos, segue preso na Argentina. O caso ocorreu na noite da última 5ª feira (01.set) em Buenos Aires.
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O homem nasceu em São Paulo, em 1987, mas deixou o Brasil ainda criança. Filho de pai chileno e mãe argentina, Sabag vive na Argentina desde 1993. De acordo com a Agência Pública de Notícias da Argentina, o acusado tem um registro policial de março de 2021. Na ocasião, foi preso portando uma lâmina de 35 centímetros de comprimento, dentro de um carro sem placa. Ele justificou que a falta do item se daria a um acidente de trânsito e que a faca era usava para defesa pessoal.
Nas redes sociais, Fernando Andrés integra grupos de ódio e de ideais da ultradireita. E a inclinação criminosa é demonstrada por uma tatuagem no braço: um sol negro, símbolo neonazista e visto em construções nazistas da época da tirania de Adolf Hitler.
A Interpol informou que o homem não tem antecendentes criminais no Brasil. Registros comerciais da Argentina indicam que ele trabalha com o "serviço de transporte urbano e suburbano não regular de passageiros de oferta livre". O ministro de Segurança argentino, Aníbal Fernández, explicou que Fernando é motorista de aplicativo.
Crimes na família
O homem tem um histórico de crimes na família. O pai dele, o chileno Fernando Ernesto Montiel Araya, foi alvo de um processo de expulsão do Brasil pela Polícia Federal em 2020. O homem foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, por crimes como furtos, estelionato e falsificação de documentos, cometidos entre os anos de 2001 e 2014.
Há oito anos, o pai do atirador da vice-presidente da Argentina, chegou a ser preso em flagrante, no Guarujá, litoral paulista, acusado de furtar um supermercado.
Segundo informações preliminares do Itamaraty, Fernando Ernesto teria sido expulso do Brasil em 2021, um ano após a instauração do inquérito.
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