ONU pede US$ 154 milhões para conter insegurança alimentar no Afeganistão
Cenário de pobreza e desnutrição preocupa autoridades em meio à chegada do inverno
A Organização das Nações Unidas (ONU) ressaltou, nesta 3ª feira (30.ago), a preocupação com o cenário atual do Afeganistão em meio à chegada do inverno. Segundo a entidade, são precisos US$ 154 milhões para conter a insegurança alimentar no país, que hoje impacta mais da metade da população.
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"As pessoas no Afeganistão continuam enfrentando extremas dificuldades e incertezas. Cerca de 19 milhões de pessoas enfrentam níveis agudos de insegurança alimentar, incluindo 6 milhões de pessoas em risco de fome. Além disso, estima-se ainda que 3 milhões de crianças estão desnutridas", disse o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Martin Griffiths.
Ele explicou que, fora a crise econômica provocada pela volta do governo Talibã ao país, a crise de desnutrição é causada pelo período de seca em 2021, o pior já registrado nas últimas três décadas. A falta de agricultura ainda provocou impactos no mercado de trabalho e, hoje, cerca de 25 milhões de pessoas vivem na pobreza.
"O Afeganistão é uma crise humanitária. Mas não é só isso. É uma crise econômica. É uma crise climática. É uma crise de fome. É uma crise financeira. Mas não é uma crise sem esperança. US$ 154 milhões são necessários para pré-posicionar suprimentos, incluindo assistência alimentar e de subsistência, antes que o clima de inverno corte o acesso a determinadas áreas", disse Griffiths.
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Segundo o subsecretário-geral, mais de 70% dos afegãos vivem em áreas rurais. Caso a agricultura e a pecuária não sejam protegidas, ele estima que milhões de vidas serão arriscadas, bem como a capacidade do país de produzir alimentos para a própria população. "O caminho é claro, e os perigos, também", frisou.