Biden indica Kentaji Jackson para ser 1ª mulher negra na Suprema Corte
Segundo Casa Branca, juíza é "uma das mentes jurídicas mais brilhantes" dos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou nesta 6ª (25.fev) a juíza Kentaji Brown Jackson para a Suprema Corte do país. É a primeira vez que uma mulher negra é indicada para o cargo. Se o Senado americano aprovar o nome, ela substituirá o juiz Stephen Breyer, que anunciou aposentadoria
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Segundo a Casa Branca, Biden "conduziu um processo rigoroso para identificar seu substituto". "O presidente procurou um candidato com credenciais excepcionais, caráter incontestável e dedicação inabalável ao Estado de Direito. E o presidente procurou um indivíduo comprometido com a igualdade de justiça perante a lei e que entende o profundo impacto que as decisões da Suprema Corte têm na vida do povo americano. É por isso que nomeou a juíza Ketanji Brown Jackson", completa o comunicado.
A nota se refere à magistrada ainda como "uma das mentes jurídicas mais brilhantes" dos Estados Unidos e com uma "experiência incomum" no sistema jurídico americano. Ketanji Brown Jackson nasceu em Washington, DC, e cresceu em Miami, na Flórida. Já na infância, se destacava no discurso e no debate. Ela foi eleita "prefeita" de uma das escolas por onde passou e, depois, presidente do corpo estudantil de outra. Segundo a Casa Branca, como várias mulheres negras, porém, enfrentou opositores em sua trajetória; numa ocasião, afirmou a sua orientadora do Ensino Médio que gostaria de estudar em Harvard, e a profissional lhe respondeu que não deveria apostar tão alto.
Entretanto, ela se formou magna cum laude (Com Grandes Honras, em latim) na Universidade de Harvard e se graduou cum laude (Com Honra) na Escola de Direito de Harvard. Nesta instituição de ensino, foi editora ainda da revista Harvard Law Review. Ela já atuou como defensora pública, vice-presidente da Comissão de Sentenças dos Estados Unidos -- após ser indicada por Barack Obama em 2009 -- e juíza do Tribunal Distrital dos EUA para Columbia -- após nomeação por Obama em 2012 --, e atualmente é juíza do Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito de D.C. - posto para o qual foi indicada por Biden também.
Em 2017, em palesta, ela expressou seu amor pela lei que lhe permitiu voltar a sentar ao lado do pai no apartamento deles, para fazer a lição de casa -- livros para colorir --, enquanto ele fazia trabalhos da faculdade de direito, que cursou quando Jackson frequentava a pré-escola. Os pais da juíza estudaram em escolas primárias segregadas, ou seja, com separação entre brancos e negros, e depois cursaram faculdades "historicamente negras". Tanto o pai como a mãe de Jackson começaram a vida profissional como professores e viraram líderes e administradores no Sistema de Escolas Públicas do condado Miami-Dade, na Flórida.
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