EUA pedem governo civil após primeiro-ministro do Sudão deixar o cargo
Abdalla Hamdok renunciou nesse domingo (02.jan) após fracasso nas negociações com militares
Os Estados Unidos insistiram com líderes do Sudão para garantir o governo civil e acabar com a violência contra os manifestantes depois que Adballa Hamdok renunciou ao cargo de primeiro-ministro nesse domingo (02.jan). No aviso, os Estados Unidos disseram que "os líderes sudaneses devem deixar de lado as diferenças, encontrar consenso e garantir a continuidade do governo civil", em uma publicação nas redes sociais.
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Hamdok é economista e ex-funcionário das Nações Unidas amplamente respeitado pela comunidade internacional. Serviu como primeiro-ministro em um acordo de divisão de poder entre civis e militares que se seguiu à derrubada do ex-líder Omar al-Bashir em 2019.
Os militares dissolveram seu governo em um golpe em outubro, mas ele voltou um mês depois sob um acordo que o incumbia de formar um governo de tecnocratas antes das eleições de 2023.
Ontem (02.jan), Hamdok renunciou ao cargo depois de não conseguir chegar a um acordo com os militares para antecipar a transição. A reação no Sudão foi dividida, com alguns tristes pela perda de um líder que, segundo eles, se destacou por sua sabedoria. Outros, ainda indignados com Hamdok por ter retornado após o golpe, expressaram sua resolução de acabar com o regime militar.
"Decidi devolver a responsabilidade e anunciar minha renúncia como primeiro-ministro e dar uma chance a outro homem ou mulher deste nobre país para ajudá-lo a passar pelo que restou do período de transição para um país civil democrático", disse Hamdok, durante um discurso em um canal de televisão do país.
O anúncio gera ainda mais incerteza sobre o futuro do Sudão, três anos depois um levante que levou à derrubada do antigo líder Omar al-Bashir. O acordo para o seu retorno foi denunciado por muitos na coalizão civil que o havia apoiado anteriormente e por manifestantes que continuaram a fazer manifestações em massa contra o regime militar.
*Com informações de agências internacionais