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COP26: Brasil anuncia redução de 50% emissões de gases de efeito estufa até 2030

Meta é fazer uma transição para uma nova economia verde neutra em emissões de carbono até 2050

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, apresentou nesta 2ª feira (1º.nov) as metas do Brasil na COP 26: redição de 50% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e transição para uma nova economia verde neutra em emissões de carbono até 2050.

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Antes da apresentação, o ministro divulgou que o Brasil pode se beneficiar com baixa emissão de gases de efeito estuda e deve conseguir colocar no mercado crédito de carbono de todo tipo.  "Temos várias formas de gerar crédito de carbono. O Brasil entende que será um exportador de crédito de carbono para o mundo que ainda não consegue reduzir suas emissões.O crédito de carbono serve quando economicamente é inviável você reduzir aquela emissão ou impossível fisicamente. Então, é nesse momento que você pode usar o crédito de carbono, especialmente os gerados aqui no Brasil, por exemplo, de floresta nativa, de restauração de floresta nativa. Todas essas metodologias de geração de crédito podem ser usadas para a gente gerar esse crédito e exportar para países que são altamente poluidores e precisam compensar suas emissões", anunciou.

O ministro também anunciou a posição brasileira em relação à proposta da União Europeia e Estados Unidos de taxar o aço, alumínio e cimento do Brasil. Em nota, o governo disse que há dois pontos importantes para não aceitar qualquer tipo de movimento como taxa de fronteira ou esse ajuste correspondente que eles estão tentando implementar: "Nós temos um acordo do clima e nele o país define qual atividade ele deve monitorar para reduzir suas emissões. Então, é uma questão de soberania não aceitar que um bloco ou um país venha impor algum tipo de restrição ou taxa, taxa essa que não é transparente, porque ela não pode ser utilizada para onerar um setor específico. Esse é o primeiro ponto que a gente discorda de qualquer movimento nessa direção.O segundo movimento é a responsabilidade comum, porém diferenciada". 

Assista à abertura da Conferência e o vídeo com mensagem do presidente Jair Bolsonaro sobre o evento:

Assista ao vídeo

Leia a íntegra do discurso do ministro Joaquim Leite:

Neste momento, os olhos do mundo estão voltados para soluções. Soluções inovadoras, que proporcionem avanços econômicos, com crescimento verde. E o Brasil é parte dessa solução.

Esta Conferência das Partes é especial e devemos juntos fazer uma transição do debate das promessas climáticas para a criação empregos verdes; de apontar fragilidades ambientais dos outros para ações globais colaborativas, rumo a um futuro melhor para todos.

Realizamos encontros bilaterais prévios com mais de 60 países, atuando como país articulador, buscando o diálogo e pontos de convergência. Também conduzimos dezenas de reuniões técnicas, coletando subsídios que culminaram numa estratégia de negociação para defender o interesse nacional e posicionar o Brasil como país fundamental nessa nova agenda verde mundial.

Os próximos dias serão de intenso trabalho técnico, aliado à articulação com os demais países, em prol de consensos. Durante as negociações, atuaremos de forma construtiva e proativa, a fim de garantir mais ações reais de todos.

Financiamento climático é urgente para que o mundo possa fazer frente aos desafios apresentados. É fundamental que tenhamos robustos volumes e nas quantidades necessárias, para que a transição e a construção desta nova economia ocorram de forma justa, em cada região do planeta.

Conforme pronunciamento do Presidente, o Brasil é hoje uma potência verde, como por exemplo: no maior programa operacional em larga escala de biocombustíveis do mundo, na matriz energética altamente limpa e na matriz elétrica, que é hoje a meta de muitos países desenvolvidos para daqui a 30 anos. O mesmo se aplica nas práticas agropecuárias de baixo carbono e nas tecnologias desenvolvidas para fixação de carbono no solo, na indústria de baixa emissão e nas oportunidades voltadas ao ecoturismo.

Internamente, temos também que destacar o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, das partes brasileiras - neste caso os Estados -, onde os mais ricos e desenvolvidos devem ser mais ambiciosos nas suas curvas de redução de emissões para a neutralidade até 2050, para assim, juntos atuarmos como uma nação unida, na direção de criar uma nova economia verde justa e inclusiva.

Reforço nossos compromissos com a geração de uma economia neutra em emissões de gases de efeito estufa, mas ao mesmo tempo garantindo geração de empregos e renda. As contribuições do Brasil para superar os desafios estão postas. Não faltará empenho do governo federal para chegarmos a um resultado positivo para o país e para o mundo.

Desta forma o Brasil demonstra mais uma vez o seu compromisso como parte de um acordo coletivo.

Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030; e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26.

Obrigado a todos, especialmente a CNI, CNA e APEX, que juntas montaram uma fantástica estrutura em Glasgow e em Brasília.

Joaquim Leite
Ministro do Meio Ambiente

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