Jornalistas são agredidos por seguranças de Bolsonaro e policiais italianos
Profissional da imprensa chegou a ter o celular jogado no chão
Profissionais da imprensa que tentavam acompanhar uma caminhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelas ruas de Roma, neste domingo (31.out), foram agredidos por seguranças do chefe do Executivo brasileiro e por policiais italianos. Imagens gravadas com celular mostram parte da confusão.
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Como havia feito nos últimos dois dias, após a conclusão no trabalho na cúpula do G20, Bolsonaro voltou para a embaixada brasileira na capital italiana e, depois, saiu pela porta dos fundos para fazer um passeio. Desta vez, porém, na rua, era aguardado não só por apoiadores -- que levaram balões nas cores verde e amarelo -- mas também por jornalistas que foram ao local para registrar a passagem do presidente.
Quando se depararam com os profissionais, seguranças e policiais, orientandos a não deixar que a imprensa ficasse no percurso, passaram a falar "você não pode ficar aqui". Jornalistas de diferentes veículos, entre os quais Folha de S.Paulo, BBC Brasil e UOL argumentaram que estavam na rua e, então, teve início as agressões.
Celulares de dois profissionais da imprensa foram tomados. O dispositivo do jornalista Jamil Chade, do portal UOL, chegou a ser jogado no chão, mas foi recuperado. Já um repórter da BBC Brasil não conseguiu pegar o aparelho de volta. Um vídeo gravado pela correspondente da Folha de S.Paulo Ana Estela mostra o momento em que ela se aproxima do presidente Bolsonaro e questiona o porquê das agressões, sem ter qualquer retorno. "Presidente, presidente, por que os seguranças estão batendo na gente?", repetiu inúmeras vezes.
Em determinado momento, nas imagens, é possível ver que um policial italiano se aproxima de outro agente próximo a ela e afirma: "Você não pode tocar nela, você não pode tocar nela. Ela está trabalhando. Sem violência, por favor". Em outro instante, uma apoiadora de Bolsonaro grita que a repórter estava "mentindo" sobre as agressões. Seguidores do presidente também falaram para a imprensa sair do local e gritaram "mito", em referência ao chefe do Executivo brasileiro.
Um jornalista da GloboNews teria sigo atingido ainda por um soco no estômago na ocasião. O SBT News pediu um posicionamento para o Itamaraty e mantém o espaço aberto para manifestações.
Veja imagens da confusão, gravadas por Jamil Chade, Ana Estela e outras testemunhas: