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"Enojado", diz Príncipe William após abusos racistas contra jogadores

Manifestações racistas tiveram ampla condenação e deixaram em evidência um problema bem mais grave

A polícia britânica abriu uma investigação para apurar os abusos racistas sofridos por jogadores ingleses nas redes sociais após a derrota para a Itália, na final da Eurocopa, no domingo, em Londres. Em Manchester, um mural com o rosto Marcus Rashford foi vandalizado. O jogador do Manchester United foi um dos que perderam pênaltis na decisão de ontem. Na internet, além de Rashford, outros jogadores negros do time foram alvo dos abusos. 

O primeiro-ministro Boris Johnson condenou o comportamento "terrível" dos torcedores. "Esse time merece ser visto como um time de heróis e não sofrer abusos raciais na internet. Aqueles responsáveis deveriam se envergonhar". Em nota, a Associação de Futebol da Inglaterra classificou as manifestações como "repugnantes" e pediu à polícia "as mais duras punições possíveis" para os responsáveis.  

O príncipe William disse estar "enojado" com as manifestações racistas. O segundo na linha de sucessão ao trono britânico assistiu à partida em Wembley ao lado do filho George, de 7 anos. O duque de Cambridge afirmou hoje, em nota, que "é inaceitável que os jogadores tenham que aguentar esse comportamento abominável" e que "os envolvidos devem ser responsabilizados". 

O Twitter confirmou que removeu mais de mil mensagens nas últimas 24 horas. Facebook e Instagram também anunciaram que estão removendo conteúdo nocivo e encorajaram os internautas a usar as ferramentas disponíveis para denunciar abusos.

O mau comportamento dos ingleses começou antes mesmo da decisão. Centenas de torcedores sem ingresso avançaram sobre as barreiras de segurança e invadiram o estádio de Wembley. A Associação de Futebol lançou uma investigação para revisar os procedimentos de segurança depois da ação daqueles que chamou de "bêbados arruaceiros".  Parte da torcida vaiou o hino da Itália, repetindo uma cena que já havia acontecido nas semifinal, no mesmo estádio de Wembley, contra a Dinamarca.

A partida foi transmitida pelas duas maiores rede de TV do Reino Unido: a BBC e a ITV. Quase 31 milhões de pessoas assistiram ao jogo. Foi a maior audiência desde o funeral da princesa Diana, que teve 32 milhões de telespectadores. 

Tão grande quanto a audiência foram os problemas. Em várias cidades inglesas, a polícia teve trabalho pra conter os torcedores. Na Trafalgar Square, no centro de Londres, centenas que também não tinham ingressos tentaram invadir uma área cercada onde outras centenas pagaram pra assistir à decisão. 

Nos últimos dias, as manifestações de orgulho e apoio ao time e a possibilidade de ganhar um título inédito, o primeiro depois da conquista da Copa do Mundo de 1966, levaram a bandeira da Inglaterra pra muitas mãos e janelas que antes a rejeitavam. A cruz vermelha de São Jorge é associada por muitos a movimentos de extrema direita do país. 

O mau comportamento de um grupo considerável de torcedores e, principalmente, os abusos racistas contra os próprios jogadores mostraram que a Inglaterra ainda precisa evoluir. E não apenas no futebol.  

   

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