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Desconfiança pela vacina de Oxford divide autoridades na Europa

Governos e cientistas reafirmam confiança na vacina depois da suspensão em alguns países

Cientistas, agências reguladoras e vários governos atestaram a segurança da vacina Oxford/Astrazeneca, depois que vários países decidiram suspender o uso do imunizante. Hoje, a Bulgária e a Tailândia seguiram os passos da Dinamarca, Noruega e Islândia. Outros seis países europeus - Itália, Áustria, Estônia, Letônia, Luxemburgo e Lituânia - suspenderam o uso de apenas um lote da vacina.

Na Alemanha, o ministro da Saúde disse que os benefícios são muito maiores que os problemas, que sequer foram confirmados. "Eu lamento. A grande maioria dos países da União Europeia não tomou essa decisão porque seguem a recomendação das autoridades responsáveis e dos especialistas".

Mais de 5 milhões de europeus receberam a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. 30 deles tiveram coágulos sanguíneos. O alerta foi levantado pelos austríacos porque alguns dos problemas foram diagnosticados em pessoas que receberam os imunizantes de um mesmo lote. A desconfiança da população aumentou depois que uma enfermeira do país, de 49 anos, morreu dias depois de ter sido imunizada. Na Dinamarca, a morte de uma mulher de 60 anos aconteceu 2 semanas depois que ela foi vacinada.

"Sempre haverá doenças graves em tempos de vacinação, mas isso é bem diferente de dizer que as vacinas causaram esses problemas", disse o professor Anthony Harnden, vice-presidente da Comissão de Imunização do Reino Unido. Segundo a Organização Mundial da Saúde, todos os sintomas severos e mortes são monitorados. "A Astrazeneca é uma vacina excelente, como as outras que estão em uso. Nós revisamos todas as informações sobre mortes. E não há nenhuma que pode ser relacionada à vacinação. É muito importante que se entenda isso", disse Margaret Harris.

O premiê austríaco, Sebastian Kurz, disse que pretende tomar a vacina Oxford/Astrazeneca como sinal de confiança, mas defendeu sua decisão de suspender o uso do lote que seu governo colocou sob suspeita para que a situação seja investigada. "É importante dizer que nós nunca tomaríamos essa decisão por motivos políticos. São decisões baseadas em especialistas. Toda vez que houver uma suspeita ou uma morte que ocorra não muito tempo após a vacina, é preciso ser cuidadosamente investigada".

Segundo a Agência Europeia de Medicamentos reforçou que os problemas alegados "não são listados como efeitos colaterais". Também em nota, a Astrazeneca afirmou que "não há efeitos adversos sérios associados" com o imunizante". A porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que "sempre fomos bastante claros que a vacina é segura e eficaz e quando as pessoas são chamadas para tomá-la, elas deveriam fazê-lo com confiança".
 

BRASIL X UNIÃO EUROPEIA


Outra indicação de que não há problemas sérios associados à vacina Oxford/Astrazeneca é que a União Europeia continua brigando por mais vacinas. Os 27 países do bloco deveriam receber 80 milhões de doses até o fim deste mês, mas a farmacêutica anglo-sueca confirmou que não vai conseguir cumprir o contrato. Menos da metade deverá ser entregue no prazo previsto.

Nos bastidores, há uma negociação para que a Astrazeneca traga para a União Européia vacinas que estão sendo produzidas nos Estados Unidos, onde o imunizante ainda não recebeu autorização para uso. Os norte-americanos aprovaram as vacinas Pfizer/BioNTech, Moderna e Janssen e são o país que mais administrou doses até agora: 98,2 milhões, segundo o monitoramento da Universidade de Oxford.

"É responsabilidade deles (Astrazeneca). Deixe-me repetir isso. É responsabilidade deles entregar, arrumar uma solução", disse Eric Mamer, porta-voz da Comissão Europeia. Segundo o jornal The New York Times, 30 milhões de doses estão armazenadas em West Chester, Ohio e o governo estadunidense cogita a possibilidade de doá-las para países em necessidade. O Brasil, de acordo com o jornal, seria um dos candidatos a receber a doação.  
 
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