Mundo
Brasil recua no Índice de Desenvolvimento Humano e cai cinco posições em 2019
Crescimento lento, desigualdade de renda e falta de avanços na educação deixaram o país na 84ª posição com IDH em 0,765
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta terça-feira (15.dez) o IDH de 2019 de 189 nações pesquisadas. O Índice de Desenvolvimento Humano mede como os países estão nas áreas de educação, saúde e renda.
O Brasil recuou da 79ª posição em 2018 para a 84ª em 2019, apesar do país não ter diminuído seus índices nestas três áreas, mas os outros países cresceram mais.O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro ficou em 0,765.
Pelo critério da ONU, quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento humano. Foi uma evolução de 0,003 em relação a 2018, considerado pelos pesquisadores do Pnud um "crescimento lento".
Uma das principais causas para o resultado brasileiro é a desigualdade de renda ? o que já vinha sendo observado em anos anteriores. A parcela dos 10% mais ricos do país concentra 42,5% da renda total. Enquanto isso, o 1% mais rico fica com 28,3% da renda. É a segunda maior concentração de renda do mundo, ficando atrás apenas do Qatar.
O relatório também chama atenção para a desigualdade de gênero, e um dado é representativo para ilustrar esse problema no Brasil. O país com o menor IDH do mundo, o Níger, tem mais mulheres com assentos no Parlamento ? elas ocupam 17% das cadeiras ?, do que o Brasil, onde a representatividade é de 15%.
Na educação também faltou avanços na educação e isso afeta o desempenho brasileiro. O período esperado para que as pessoas fiquem na escola parou em 15,4 anos desde 2016. A média de anos de estudo foi de 7,8 anos em 2018 para 8 anos em 2019.
O Relatório de Desenvolvimento Humano apresenta o IDH de 2019 para 189 países e territórios reconhecidos pela ONU. A Noruega lidera a lista, com 0,957, seguida por Irlanda, Suíça e Hong Kong. O pior colocado é o Níger (0,394).
O relatório reúne dados do ano passado, logo ainda não considera os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. Mas o Pnud já sinaliza que o mundo inteiro vai regredir no índice de desenvolvimento humano em 2020, pela primeira vez desde que o relatório foi criado, em 1990.
O documento da ONU inclui um novo índice experimental sobre o progresso humano. Ele reúne informações sobre as emissões de dióxido de carbono e a pegada material dos países (medida de extração de matéria-prima no mundo para atender à demanda nacional).
"O poder que nós, humanos, exercemos sobre o planeta não tem precedentes. Diante da covid-19, de temperaturas que quebram recordes históricos e de uma desigualdade que vem se reproduzindo, é chegado o momento de usar esse poder para redefinir o que entendemos como progresso, para que nossas pegadas de carbono e consumo não permaneçam ocultas", disse Achim Steiner, chefe mundial do PNUD.
O 30º Relatório de Desenvolvimento Humano - A Próxima Fronteira: Desenvolvimento Humano e o Antropoceno, considera que as pessoas e o planeta estão entrando em uma era geológica inteiramente nova, o Antropoceno ou era dos humanos. Segundo o novo índice ambiental, o Brasil sobe dez posições no ranking neste IDH específico. Segundo o relatório, o índice não significa um avanço do país ao considerar a pressão ao meio ambiente.
Leia a íntegra do relatório:
O Brasil recuou da 79ª posição em 2018 para a 84ª em 2019, apesar do país não ter diminuído seus índices nestas três áreas, mas os outros países cresceram mais.O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro ficou em 0,765.
Pelo critério da ONU, quanto mais perto de 1, maior é o desenvolvimento humano. Foi uma evolução de 0,003 em relação a 2018, considerado pelos pesquisadores do Pnud um "crescimento lento".
Uma das principais causas para o resultado brasileiro é a desigualdade de renda ? o que já vinha sendo observado em anos anteriores. A parcela dos 10% mais ricos do país concentra 42,5% da renda total. Enquanto isso, o 1% mais rico fica com 28,3% da renda. É a segunda maior concentração de renda do mundo, ficando atrás apenas do Qatar.
O relatório também chama atenção para a desigualdade de gênero, e um dado é representativo para ilustrar esse problema no Brasil. O país com o menor IDH do mundo, o Níger, tem mais mulheres com assentos no Parlamento ? elas ocupam 17% das cadeiras ?, do que o Brasil, onde a representatividade é de 15%.
Na educação também faltou avanços na educação e isso afeta o desempenho brasileiro. O período esperado para que as pessoas fiquem na escola parou em 15,4 anos desde 2016. A média de anos de estudo foi de 7,8 anos em 2018 para 8 anos em 2019.
O Relatório de Desenvolvimento Humano apresenta o IDH de 2019 para 189 países e territórios reconhecidos pela ONU. A Noruega lidera a lista, com 0,957, seguida por Irlanda, Suíça e Hong Kong. O pior colocado é o Níger (0,394).
O relatório reúne dados do ano passado, logo ainda não considera os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus. Mas o Pnud já sinaliza que o mundo inteiro vai regredir no índice de desenvolvimento humano em 2020, pela primeira vez desde que o relatório foi criado, em 1990.
O documento da ONU inclui um novo índice experimental sobre o progresso humano. Ele reúne informações sobre as emissões de dióxido de carbono e a pegada material dos países (medida de extração de matéria-prima no mundo para atender à demanda nacional).
"O poder que nós, humanos, exercemos sobre o planeta não tem precedentes. Diante da covid-19, de temperaturas que quebram recordes históricos e de uma desigualdade que vem se reproduzindo, é chegado o momento de usar esse poder para redefinir o que entendemos como progresso, para que nossas pegadas de carbono e consumo não permaneçam ocultas", disse Achim Steiner, chefe mundial do PNUD.
O 30º Relatório de Desenvolvimento Humano - A Próxima Fronteira: Desenvolvimento Humano e o Antropoceno, considera que as pessoas e o planeta estão entrando em uma era geológica inteiramente nova, o Antropoceno ou era dos humanos. Segundo o novo índice ambiental, o Brasil sobe dez posições no ranking neste IDH específico. Segundo o relatório, o índice não significa um avanço do país ao considerar a pressão ao meio ambiente.
Leia a íntegra do relatório:
IDH-ONU-15-dez-2020 by MArcela Gracie on Scribd