Justiça

Caso Bruno e Dom: assassinato completa um ano nesta 2ª feira (5.jun)

"A morte deles não vai ser em vão" disse a viúva de Dom.; saiba como está investigação

O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips completa um ano nesta 2ª feira (5.jun). O crime, que teve repercussão mundial, foi marcado por reviravoltas e atuação de facção criminosa. Relembre abaixo o caso pela linha do tempo e saiba a que passo está a conclusão do crime na Justiça.

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Alessandra Sampaio, viúva de Dom Phillis, publicou nesta segunda-feira um vídeo nas redes sociais relembrando Dom e Bruno dizendo que "sente muita falta deles, eram pessoas muito especiais". Além disso, Alessandra afirmou que tem confiança pela condenação dos envolvidos.

"Quero aqui reafirmar minha confiança na Justiça brasileira, de julgar os assassinos e mandantes; são réus confessos", falou. 

A viúva também disse que a condenação dos envolvidos não é suficiente "A morte deles não vai ser em vão, mas enquanto a gente não tiver os territórios protegidos, essa justiça não vai ser feita totalmente", disse.

Veja abaixo o vídeo na íntegra:

A data de 5 de junho também marca o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Investigação

O Ministério Público Federal (MPF) informa, por meio de nota, que atua em três frentes para "garantir a condenação de todos os envolvidos no duplo homicídio":

  1. Ação penal contra os executores confessos do crime, que também respondem por ocultação de cadáver (uma das duas denúncias já contam com condenação em primeira instância)
  2. Inquérito destinado a apurar se mais pessoas agiram para esconder os corpos das vítimas em área de difícil acesso no município de Atalaia do Norte
  3. Inquérito que busca identificar possíveis mandantes das mortes

De acordo com o MPF, os três denunciados na primeira ação penal, Amarildo da Costa Oliveira (conhecido como "Pelado"), Oseney da Costa de Oliveira ("Dos Santos") e Jefferson da Silva Lima ("Pelado da Dinha") seguem presos pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A primeira denúncia contra o trio foi apresentada no dia 22 de julho.

Segundo o Ministério Público, o processo está em fase de instrução, etapa que as testemunhas e os réus são ouvidos pela Justiça. 

"Os três acusados já foram interrogados, mas serão ouvidos novamente, uma vez que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) autorizou a oitiva de mais testemunhas e, segundo o Código de Processo Penal, os réus devem ser os últimos a falar na fase de instrução", informa o MPF. 

Com a etapa finalizada, caberá à Justiça Federal decidir se os três irão à júri popular.

Quem é o mandante?

Apontado como suposto mandante dos assassinatos e suspeito de envolvimento com o narcotráfico, o colombiano Ruben Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, foi detido no dia 8 de julho.

Colômbia foi preso inicialmente por apresentar uma identidade falsa ao prestar depoimento sobre o caso. Ele negou qualquer envolvimento na morte de Bruno e Dom, no entanto, foi decidido pela PF que ele permanecesse detido durante as investigações. 

Somente em 22 de outubro, ele foi autorizado a deixar a prisão, mediante pagamento de uma fiança de R$ 15 mil; o uso de tornozeleira eletrônica; a entrega de seus passaportes e o compromisso de não deixar Manaus. Contudo, Colômbia voltaria a ser preso em dezembro por descumprir as condicionantes impostas pela Justiça.

Em janeiro deste ano, a PF apontou Colômbia como mandante e mentor intelectual do crime.

Veja abaixo a linha do tempo do caso:

  • 3 de junho: A bordo de uma pequena lancha a motor, Bruno e Dom deixam Atalaia do Norte com destino a uma base de proteção da Funai, no Rio Ituí, na região conhecida como Lago Jaburu.
  • 5 de junho: Bruno e Dom são dados como desaparecidos no Vale do Javari (AM)
  • 6 de junho: Com a publicação nas mídias sociais dos primeiros relatos de que Bruno e Dom não tinham chegado ao seu destino, a imprensa começa a noticiar que o jornalista inglês tinha desaparecido em meio à Floresta Amazônica.
  • 6 de junho: MPF instaura notícia de fato para acompanhar o caso, pede instauração de inquérito policial e envia ofício a plataformas para obter informações sobre os últimos acessos de Bruno e Dom às redes sociais, como forma de ajudar nas buscas
  • 7 de junho: O primeiro suspeito de envolvimento com o caso, Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, é detido na comunidade São Gabriel, em Atalaia do Norte, e preso no dia seguinte
  • 12 de junho: Equipes encontram pertences de Bruno e Dom na floresta, incluindo a lancha usada pela dupla, afundados com sacos de terra para que permanecessem presos ao fundo do rio.
  • 15 de junho: Justiça determina a prisão do segundo suspeito de envolvimento no caso: Oseney da Costa de Oliveira ("Dos Santos")
  • 15 de junho: Os restos mortais do indigenista e do jornalista são localizados em um local que Pelado e Dos Santos indicaram ao confessar que mataram Bruno e Dom.
  • 17 de junho: PF confirma que os vestígios humanos encontrados no local indicado por Pelado são de Bruno e Dom.
  • 18 de junho: Terceiro suspeito - Jeferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha" ? se entrega e é preso
  • 23 de junho: Um homem, Gabriel Pereira Dantas, se apresenta à Polícia Civil de São Paulo, alegando ter participado do crime, mas a PF descarta o depoimento no dia seguinte por falta de provas de envolvimento de Gabriel.
  • 8 de julho: PF detém o colombiano Ruben Dario da Silva Vilar, apontado como suposto mandante dos assassinatos e suspeito de envolvimento com o narcotráfico.
  • 21 de julho: MPF denuncia três pessoas pelos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips, menos de dois meses depois dos crimes
  • 22 de julho: Justiça Federal recebe a denúncia do MPF, instaurando ação penal contra as três pessoas apontadas como executoras dos crimes
  • 29 de setembro: MPF oferece denúncia em processo que apura associação criminosa no caso da pesca predatória no Vale do Javari (AM) contra Colômbia, um dos suspeitos de envolvimento nos crimes, e outras pessoas
  • 12 de dezembro: Colômbia é condenado por uso de documento falso, em desdobramento das investigações do caso Bruno e Dom
  • 20 de janeiro de 2023: Depoimentos são adiados por conta de problemas com a conexão da internet dos presídios. 
  • 20 março de 2023: Início da instrução processual da ação penal contra os supostos executores dos crimes, com realização de audiências
  • 12 de abril de 2023: Justiça do Amazonas retoma audiência sobre assassinato de Bruno e Dom
  • 19 de maio de 2023: PF indicia o ex-presidente da Funai, Marcelo Xavier, e o ex-vice-presidente do órgão, Alcir Amaral Teixeira, por dolo eventual nos assassinatos de Bruno e Dom.
  • 2 de junho de 2023: o Ministério dos Povos Indígenas anuncia a criação de um grupo de trabalho para promover a segurança e combater a criminalidade no Vale do Javari. O grupo deve propor medidas concretas de combate à violência e com o objetivo de garantir a segurança territorial dos povos indígenas que vivem na área. 

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