Não existe possibilidade de Torres fazer delação premiada, diz advogado
Defesa do ex-secretário confirmou que ele já está com tornozeleira e deve se apresentar à Justiça
O advogado de Anderson Torres, Eumar Novacki, disse nesta 6ª feira (12.mai) que não existe possibilidade do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal aderir à delação premiada depois da soltura.
"Não existe essa possibilidade de delação. O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareça o mais breve possível os fatos que levaram àqueles odiosos atos do 8 de janeiro", afirmou o advogado, em entrevista coletiva, ao responder pergunta feita pelo SBT News.
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Novacki também falou na coletiva que Anderson forneceu à Polícia Federal (PF) a senha da nuvem do celular, mas uma falha técnica impediu a corporação de acessar os dados com ela. A defesa, então, respondeu ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, que se ele quisesse designar um perito para ir até o ex-secretário, este estaria "colaborando e buscando acessar essas contas para abrir com o máximo de celeridade". O advogado não esclareceu, aos jornalistas, qual foi a falha ocorrida, pois disse que as informações estão sob sigilo.
No início da coletiva, Novacki afirmou respeitar o Supremo Tribunal Federal (STF). "Nós confiamos e acreditamos na Justiça. É por isso que de modo incansável nós levamos os argumentos que nesse momento mostravam a desnecessidade da prisão do ex-ministro Anderson Torres. O que nós buscamos é que ele pudesse, dentro das garantias constitucionais, responder em liberdade. O ministro relator teve essa sensibilidade. Acertadamente permitiu que ele fosse para casa", complementou.
Ainda de acordo com ele, em casa, Torres "terá condições de recuperar o seu equilíbrio psíquico, ajudar a defesa, mantendo esse espírito cooperativo de ajudar no esclarecimento célere desses odiosos atos do dia 8 de janeiro". Em suas palavras, "não há quem não tenha se revoltado ao assistir o ataque". "Realmente uma mancha na história do Brasil. Nós entendemos que o Supremo naquele momento agiu com a energia necessária para conter a escalada de violência. Mas, passado mais de 100 dias, o Supremo acerta em conceder essa liberdade para o ex-ministro".
Anderson Torres foi solto, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, na 5ª feira (11.mai). Ele recebeu liberdade provisória e deve cumprir medidas cautelares, como usar tornozeleira eletrônica. A tornozeleira foi colocada pela PF ontem. Também na data, o passaporte e demais documentos de Anderson que ele deveria entregar, em cumprimento à ordem de Moraes, foram entregues. Todas as segundas-feiras, o ex-ministro deverá se apresentar na Vara de Execuções Penais.
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