Moraes pergunta se ex-ministro preso quer receber visita de senadores
42 senadores se mobilizaram para visitar Anderson Torres, preso preventivamente no inquérito sobre 8/1
Em resposta a um ofício assinado por 42 senadores, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) perguntou aos advogados do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, se ele aceita uma visita dos parlamentares. Torres está preso em um batalhão da Polícia Militar em Brasília desde janeiro.
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No documento, os senadores apontam que o ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro está preso há 65 dias e apelam para a sensibilidade do ministro. "Por razões humanitárias considerando o decurso de 65 dias da reclusão do investigado sem que tenha recebido visitas solicitamos que Vossa Excelência considere deferir o presente pedido", diz o texto entregue a Moraes.
Entre os que assinam o pedido, alguns ex-colegas de Esplanada de Torres: Hamilton Mourão, Damares Alves, Ciro Nogueira, Rogério Marinho, Marcos Pontes, Carlos Portinho, Wellington Fagundes e Eduardo Girão.
Ainda nesta semana, Alexandre de Moraes negou um pedido semlehante feito pelo deputado federal, Capitão Augusto, que é vice-presidente do PL, mesmo partido de Bolsonaro.
Saúde comprometida
Nesta semana, Torres enviou senhas erradas à Polícia Federal (PF) de acesso à nuvem das contas pessoais dele. A defesa do ex-ministro atribuiu a falha ao "comprometimento cognitivo", dele.
A ação, no entanto, pode ser incriminado por obstrução de justiça, crime cuja pena é de 3 a 8 anos de reclusão e multa. A análise é da coordenadora da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (ABRADEP), Vânia Aieta.
Em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News ela avaliou que Torres tinha duas opções: ficar calado ou apresentar os códigos corretos para a Justiça.
"Ele poderia invocar o direito ao silêncio, mas não poderia apresentar prova falsa, produzir prova falsa. Essas senhas inválidas complicaram bastante a situação dele", disse a especialista.
Confira a entrevista completa:
Também nesta semana, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Distrito Federal disse ao STF que cabe à Polícia Militar informar sobre o estado de saúde do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
A manifestação é uma resposta a Moraes que pediu que o órgão avaliasse se Anderson Torres precisa ser transferido para um hospital penitenciário.
A secretaria argumentou que, devido às prerrogativas de delegado da Polícia Federal, Anderson Torres não está sob tutela do órgão.