Anderson Torres presta depoimento ao TSE sobre ação contra Bolsonaro
Ex-ministro foi ouvido sobre ataques de Bolsonaro contra sistema eleitoral e sobre a minuta do golpe
Preso há dois meses em uma cela especial em unidade da Polícia Militar, no DF, suspeito de omissão nos atos golpistas de 8/1, Torres prestou depoimento nesta 5ª feira (16.mar), por videoconferência, em uma das investigações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro.
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A ação questiona o caso da "minuta do golpe" encontrada na casa do ex-secretário de Segurança e ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL). O documento também questiona a participação dele em uma live feita pelo ex-presidente com ataques às urnas eletrônicas.
Na ocasião, Bolsonaro usou informações sigilosas da Polícia Federal sobre supostos ataques ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Tais informações também foram citadas pelo ex-presidente para atacar o sistema eleitoral a embaixadores de vários países, em 2022. O processo pode deixar Bolsonaro inelegível.
A apuração é de possível abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por Bolsonaro - a reunião foi transmitida ao vivo pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) - e está em fase adiantada.
Foi neste processo que o relator Benedito Gonçalves incluiu o documento encontrado na casa de Torres, chamado de "minuta do golpe", em busca realizada pela PF, em 12 de janeiro.
Na ação, o ex-presidente é investigado pela reunião com embaixadores, no Palácio do Planalto, em 18 de julho. No encontro, o ex-presidente colocou em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. O ex-chefe da Casa Civil e ex-candidato a vice na chapa, general Braga Netto, também é alvo.
Depoimento de Torres
Por videoconferência, Torres respondeu todas as perguntas, mas disse que desconhece a tal minuta ou quem a teria feito. O depoimento durou cerca de 1h30. O ministro Alexandre de Moraes tinha autorizado a oitiva de Torres, lhe assegurando o direito ao silêncio.