Justiça

Caso Rafael: saiba como foi o segundo dia de júri

O pai e outras seis pessoas prestaram depoimento sobre crime cometido contra a criança de 11 anos

Sete testemunhas foram ouvidas, nesta 3ª feira (17.jan), no segundo dia de julgamento do assassinato de Rafael Winques, de 11 anos. A mãe do garoto, Alexandra Dougokenski, de 35 anos, está sendo julgada pelo crime. O caso aconteceu em Planalto, cidade de 10 mil habitantes que fica no norte do Rio Grande do Sul. No dia 15 de maio de 2020, Alexandra comunicou o desaparecimento do filho. Dez dias depois, confessou ter matado o menino e que o corpo estava escondido em uma caixa de papelão. 

A sessão começou às 8h30. Delair de Souza,  ex-namorado de Alexandra, foi o primeiro a depor. Ele disse ter auxiliado a comunidade local nas buscas por Rafael e que não acredita na versão de que o responsável pela morte do menino seja o pai, Rodrigo Winques. 

"Só ela vai poder dizer a verdade. Está mais do que na hora de ela falar a verdade. [Por causa de] todo sofrimento que ela está causando para a família dela, e para o Rafa descansar também", disse Souza. O promotor perguntou se a testemunha tinha Rafael como filho e se ele se sentiu traído por Alexandra. Delair se emocionou e disse: "Com certeza. Não só a mim, mas a comunidade inteira".

Abuso
O segundo a prestar depoimento, nesta 3ª, foi o irmão de Rafael, Anderson Dougokenski, de 19 anos. O jovem abraçou a mãe, que segue presa. Ele afirmou ter ouvido alguém dizer "para, pai" naquela madrugada. Ele ainda acusou Rodrigo Winques de abuso sexual. 

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O terceiro depoimento do dia foi justamente de  Rodrigo. O pai do menino vestia uma camiseta com a foto do filho e a frase "justiça por Rafael". Ele reafirmou que não estava em Planalto na noite do crime, mas em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, onde mora.

Segundo Rodrigo, Alexandra colocou a culpa nele "para se livrar". Quanto à acusação de abuso, ele negou. "Isso é bobagem. Sempre tratei ele bem. Eu nunca agredi ninguém. Não matei ninguém." 

Tímido
O sétimo depoimento do julgamento - o quarto deste segundo dia - foi de Ladjane Ravagio, ex-professora da vítima. Ela disse que Rafael era um menino quieto, tímido e reservado.  "Era um bom aluno. Sempre bem cuidado", afirmou.

A professora citou a atividade do Dia das Mães, em 2020, na qual Rafael declamou uma poesia para Alexandra. Segundo a professora, ele era muito ligado à mãe.

Na sequência, Isailde Batista, mãe de Alexandra, foi ouvida. A avó de Rafael contou ter escutado um barulho de carro na madrugada em que o menino foi morto. Disse que não conseguiu sair da cama e ir até a casa para ver o que havia acontecido porque ficou paralisada. "Sabia que tinha coisa estranha", disse. Ela afirmou não acreditar que filha tenha matado o neto.

Alberto Cagol, irmão de Alexandra, foi o sexto a depor no segundo dia de julgamento. A defesa da ré perguntou qual motivação Alexandra teria  para matar o filho. Beto respondeu: "Nenhuma. Não faz sentido algum". Ele também falou sobre a relação da criança com o pai. Segundo Cagol, o menino dizia que Rodrigo era um "demônio", e que não queria morar com ele.

Perícia
O último depoimento foi da perita criminal Bárbara Cavedon. Ela esclareceu detalhes sobre a reconstituição da noite do crime. Bárbara reforçou que a distribuição do peso do boneco usado na simulação do corpo de Rafael não estava fiel à realidade.

O terceiro dia de júri, previsto para esta 4ª, começará com o interrogatório de Alexandra Dougokenski. Ficou definido, ainda, que não ocorrerá a acareação entre a mãe e o pai do Rafael.

Na sequência, ocorrerá o debate entre defesa e promotoria. A expectativa é que a sentença seja divulgada no final do dia.

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