Guerra Na Ucrânia

Itamaraty defende abstenção do Brasil em resolução que condena a Rússia

EUA e UE voltaram a pedir para o país condenar a anexação de territórios ucranianos

Em reunião nesta 4ªfeira (5.out) em Brasília, os Estados Unidos, União Europeia e a Ucrânia voltaram a pedir para o Brasil condenar a anexação de territórios ucranianos pela Rússia. Também participaram da reunião, representantes do Reino Unido, Noruega, Austrália e Canadá.

Junto com China, Índia e Gabão, o Brasil se absteve na votação do Conselho de Segurança que condenava a anexação de cidades da Ucrânia, na última 6ªfeira (30.set). Ao justificar a sua posição, o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, afirmou que o texto não era conciliador e não ajudaria nas negociações de paz entre os países. 

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Questionado se haveria alguma mudança no texto, o embaixador da União Europeia no Brasil, Ignácio Ibañez, afirmou que uma nova resolução será apresentada no Conselho de Segurança e que o bloco ouviu com "muitíssima atenção a explicação do Brasil" e que quer responder todas as questões levantadas pelo Itamaraty. 

Melanie Hopkins, encarregada de negócios do Reino Unido no Brasil, também elogiou o efeito que as sanções estão tendo no conflito, destacou as perdas recentes da Rússia, e afirmou ser muito importante que a comunidade internacional siga condenando a invasão. 
"Para nós as sanções estão tendo resultado, estão tendo um impacto sobre a invasão da Rússia... Isso é muito importante, é muito importante que a comunidade internacional siga dando uma mensagem clara para os russos", disse. 

Também presente no encontro promovido pela Embaixada do Reino Unido, o encarregado de Negócios da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos, Douglas Koneff, foi enfático sobre a posição do país e afirmou que os Estados Unidos "nunca" vão reconhecer as tentativas de Putin de anexar partes da Ucrânia.

Koneff ressaltou que a mensagem dos Estados Unidos desde o início da invasão "tem sido clara e consistente": " instamos todas as nações e todas as pessoas a agirem da maneira que puderem e a usarem qualquer influência que tenham com Putin para convencê-lo a acabar com esta guerra injustificada.", afirmou.

O Itamaraty, por sua vez, defendeu o posicionamento de Ronaldo Costa na ONU.

"A explicação de voto do embaixador Raul Costa deixa muito claro qual é a posição brasileira: uma posição de equilibro, de respeito ao direito internacional, um posição que defende os princípios que estão inclusive escritos na Constituição Federal, mas que entende que a função do Conselho de Segurança é buscar uma solução, exortar as partes à cessar fogo, é nesse sentido que a negociação e diplomacia tem que atuar. Como país soberano, o Brasil tem direito de uma posição que é pensada, refletiva, e uma posição que busca não apontar para um culpado, mas encontrar uma saída para esse conflito.", afirmou o ministro das Relaçoes Exteriores, Carlos França, também nesta 4ª feira. 

"E, de novo, nós exortamos o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que eu acho que é o fórum adequado para cuidar da base da segurança mundial, a realmente exercer o seu papel, a aproximar os extremos, a trazer a mesa de negociação, e no sentido construtivo. Eu acho que a posição crítica à posição brasileira nesse momento não é justa. E a postura brasileira é uma postura que sempre foi de equilíbrio, digna de um país do nosso tamanho, que é um ator global, e que tem direito a ter uma opinião", finalizou. 

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