"Não há mais conversa com a Rússia", diz Zelensky após referendos
Presidente ucraniano falou no Conselho de Segurança das Nações Unidas e pediu isolamento de Moscou
O presidente Volodymyr Zelensky afirmou, nesta 4ª feira (28.set), que "não há mais nada para conversar" com a Rússia após a vitória nos referendos de anexação de territórios ucranianos à Moscou. Em declaração ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o chefe de Estado enfatizou que a ação, além de ser uma ofensa, viola o direito internacional e pediu novas punições ao país.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"O reconhecimento da Rússia desses referendos como supostamente normais, a implementação do chamado cenário da Crimeia e outra tentativa de anexar o território ucraniano significa que não há mais nada para conversar com o presidente da Rússia. A anexação é um passo que o coloca sozinho contra toda a humanidade. Um sinal claro agora é necessário de todos os países do mundo", disse Zelensky.
Ele instou aos integrantes do Conselho a não adiarem os protocolos, enfatizando que é preciso realizar o isolamento completo da Rússia como resposta. Isso porque, com os referendos, Moscou também ignora o pedido da Agência Internacional para Energia Atômica (AIEA), que aprovou uma resolução para a retirada das tropas russas da usina de Zaporizhzhia, onde há risco de desastre nuclear.
"Um Estado que implementa uma política genocida, mantém o mundo a um passo de um desastre de radiação e ao mesmo tempo ameaça ataques nucleares não pode permanecer como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU com direito de veto. A Rússia deve ser excluída de todas as organizações internacionais", disse o presidente, pedindo mais apoio à Ucrânia e garantias de segurança coletiva.
+ Número de russos entrando na União Europeia aumenta 30% em uma semana
Na noite de 3ª feira (27.set), os aliados do presidente russo, Vladimir Putin, anunciaram vitória no plebiscito para anexar quatro territórios ucranianos ao país: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia. Apesar da votação ser considerada ilegal pela comunidade internacional, o líder russo deve anunciar formalmente a tomada das regiões ainda nesta semana.
