Rússia retoma fornecimento de gás à Europa
União Europeia teme novos cortes no inverno e acusa o Kremlin de usar energia como arma
A Rússia retomou nesta 5ªfeira (21.jul) o fornecimento de gás à Europa através do gasoduto NordStream 1. O oleoduto estava fechado para manutenção anual desde 11 de julho, no entanto, Moscou já havia reduzido o fluxo de fornecimento em 60%, gerando temores no bloco, que depende do combustível fóssil para abastecer fábricas, gerar eletricidade e aquecer residências.
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Em meio às crescentes tensões sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, autoridades europeias temiam que o oleoduto pudesse não reabrir. Na 4ªfeira (20.jul), a Comissão Europeia propôs aos países-membros que reduzam o uso de gás em 15% nos próximos meses.
De acordo chefe da agência reguladora de rede da Alemanha, Klaus Mueller, a Gazprom, estatal russa de fornecimento de gás, notificou nesta 5ª entregas de cerca de 30% da capacidade do oleoduto. Mais tarde, ele informou no Twitter que as entregas reais estavam acima desse valor e poderiam atingir o nível de pré-manutenção de cerca de 40%.
Isso não seria suficiente para resolver a crise energética da Europa. "Infelizmente, a incerteza política e a redução de 60% a partir de meados de junho permanecem", escreveu Mueller.
Quando a Gazprom reduziu o fluxo no mês passado, citou supostos problemas técnicos envolvendo equipamentos que a parceira Siemens Energy enviou ao Canadá para revisão e não puderam ser devolvidos por causa de sanções impostas pela invasão da Ucrânia pela Rússia. O governo canadense no início deste mês deu permissão para que a turbina que alimenta uma estação de compressão na extremidade russa do oleoduto fosse entregue à Alemanha, mas Moscou continuou afirmando dificuldades para ter acesso ao equipamente.
O governo alemão rejeitou a explicação técnica da Gazprom para a redução do gás, alegando repetidamente que era apenas um pretexto para semear incerteza e aumentar ainda mais os preços da energia. De acordo com o pais, a turbina era uma substituição que deveria ser instalada apenas em setembro.
O presidente russo, Vladimir Putin , disse na 3ª feira (19.jul) que a Gazprom ainda não recebeu os documentos relevantes para a devolução da turbina. Na 4ª, ele questionou a qualidade do trabalho de reparo e também anunciou que a estatal fecharia outra turbina para reparos no final de julho e, se a que foi enviada ao Canadá não fosse devolvida até então, o fluxo de gás diminuiria ainda mais.
* Com informações da Associated Press