Soldado russo em julgamento na Ucrânia diz que não queria matar civil
Vadim Shishimarin pediu desculpas à viúva de sua vítima e se declarou culpado
O julgamento de Vadim Shishimarin, soldado russo acusado de crimes de guerra na Ucrânia, continua em Kiev. Na 5ªfeira (19.mai), ele pediu desculpas à viúva de sua vítima, um homem de 62 anos, e pediu que ela o perdoasse pelo que fez.
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"Sei que você não pode me perdoar, mas estou implorando por perdão", disse Shishimarin. Na 4ªfeira (18.mai), ele admitiu ter matado Olkesandr Shelipov, um morador de Chupakhivka, na região nordeste de Sumy, em 28 de fevereiro, quatro dias após o início da guerra. Segundo o réu, ele atirou no civil sob ordens de dois oficiais e que, a princípio, desobedeceu a ordem de seu comandante imediato, mas não teve outra escolha a não ser seguir a ordem quando foi repetida com força por outro oficial. O advogado de defesa do soldado russo
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Parecendo deprimido, Shishimarin disse que, a princípio, desobedeceu a ordem de seu comandante imediato de atirar no civil desarmado, mas não teve outra escolha a não ser seguir a ordem quando foi repetida com força por outro oficial. Seu advogado apelou ao juiz para mostrar clemência. Segundo Victor Ovsyanikov, o russo não estava preparado para o "violento confronto militar" que aconteceria depois que as tropas russas entraram no território ucraniano.
O caso é de enorme importância simbólica para a Ucrânia, uma vez que o governo acusa a Rússia de mais de 10,7 mil possíveis casos envolvendo crimes de guerra. No total, 600 suspeitos foram identificados por serem responsáveis pelos atos, que englobam assassinatos, incêndios, estupros e torturas.
A sentença final do julgamento, que teve início na última 6ªfeira (13.mai), ainda não foi determinada pelo tribunal. Shishimarin responde por crimes de guerra e homicídio premeditado, podendo pegar de 10 a 15 anos de prisão a prisão perpétua.
*Com informações da Associated Press