Rússia cita consequências caso país seja suspenso do Conselho da ONU
Membros da Assembleia se reúnem após exército russo ser acusado de assassinar civis ucranianos
O governo da Rússia advertiu os países que participam da reunião promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), nesta 5ª feira (7.abr). Segundo o Kremlin, caso os líderes votem a favor ou se abstenham para suspender Moscou do Conselho de Direitos Humanos da entidade, a ação será vista como "hostil", com consequências para os laços bilaterais.
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A reunião acontece poucos dias após centenas de corpos de civis ucranianos serem encontrados nas cidades ao redor de Kiev, antes ocupadas por tropas russas. A maior parte dos supostos assassinatos teria ocorrido em Bucha, onde mais de 300 vítimas foram identificadas. Algumas delas, conforme relatos, estavam com as mãos amarradas e ferimentos na nuca, o que pode ser considerado como execução.
Depois das acusações do presidente Volodymyr Zelensky à Moscou, o governo dos Estados Unidos anunciou que buscaria a suspensão da Rússia do Conselho por crimes de guerra e violação dos direitos humanos. A reunião, então, foi marcada para esta manhã e está acontecendo em Nova York, com a participação dos 193 membros.
"Não apenas o apoio a tal iniciativa, mas também uma posição equidistante na votação (abstenção ou não participação) será considerada como um gesto hostil", disse o governo russo, segundo nota obtida pela agência de notícias Reuters. "Além disso, a posição de cada país será levada em conta tanto no desenvolvimento das relações bilaterais quanto no trabalho sobre as questões importantes no âmbito das Nações Unidas", acrescenta o texto.
+ Zelensky diz que países devem decidir apoiar paz ou assassinatos
Desde o início da ofensiva russa, em 24 de fevereiro, a Assembleia adotou duas resoluções denunciando as ações de Moscou com 141 e 140 votos a favor. O Kremlin, no entanto, diz estar realizando uma "operação especial" para desmilitarizar a Ucrânia, além de negar os ataques contra civis.
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