"Nunca foi tão urgente" retomar cooperação, diz Lula na abertura da Cúpula da Amazônia
Encontro, que começou nesta 3ª, quer fortalecer relações entre os 8 países que têm a floresta em seus territórios
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, durante discurso de abertura da Cúpula da Amazônia, na manhã desta 3ª feira (8.ago), que "nunca foi tão urgente" retomar o diálogo e a cooperação entre os oito países que têm a floresta em seus territórios (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela).
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"Há 14 anos que não nos reuníamos. É a primeira vez que o fazemos aqui no Pará e a primeira vez em um contexto de severo agravamento da crise climática. Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. Os desafios da nossa era, e as oportunidades que surgem, demandam ação conjunta", afirmou Lula.
Ainda em seu discurso, o presidente brasileiro destacou que a Cúpula, que reúne governos, sociedade civil e acadêmicos, tem três grandes propósitos:
- Discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos de quem vive na Amazônia
- Medidas para o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA)
- Fortalecer o lugar dos países detentores das florestas tropicais na agenda global, em temas que vão do enfrentamento à mudança do clima à reforma do sistema financeiro internacional
O petista ainda afirmou que o resultado da reunião deve ser visto na "Declaração de Belém", documento que propõe ações conjuntas para a Amazônia e que é negociado pelos oito países membros da OTCA.
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O que é a Cúpula da Amazônia?
A Cúpula da Amazônia, que acontece nos dias 8 e 9 de agosto, no Pará, faz parte da retomada das políticas públicas para a região amazônica. O evento conta com a presença de líderes dos oito países que possuem território amazônico - Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além de representantes de outras seis nações, como Congo, França, Alemanha e Noruega.
Segundo o Governo Federal, o principal objetivo é produzir uma posição de consenso a respeito da floresta amazônica, impedindo-a que chegue ao ponto de inflexão. O documento com esta posição será entregue pelas autoridades brasileiras aos 193 Estados-membros no debate geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorrerá em setembro de 2023, à Conferência das Mudanças Climáticas (COP-28) e a outros fóruns internacionais.
No mesmo período em que acontece a Cúpula, especialistas, ativistas, organizações de povos indígenas e comunicadores se reúnem para a Assembleia dos Povos da Terra para a Amazônia. A ideia é influenciar os participantes da Cúpula da Amazônia sobre discussões necessárias e acordar um processo para salvar a Amazônia da atividade humana e das alterações climáticas, bem como conter as violações dos direitos dos povos indígenas.
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