Governança global marcou visita do presidente Lula aos Emirados Árabes
Guerra na Ucrânia também foi tema do encontro dos líderes, além de fecharem acordos
Em entrevista neste domingo (16.abr), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço da visita dele e de sua comitiva aos Emirados Árabes Unidos. O líder brasileiro cobrou o fortalecimento de uma governança global que amplie a representatividade de países em espaços de diálogo internacional. Assista à entrevista completa abaixo.
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Para Lula, um bloco mais amplo de países, como o G20, deve ser responsável por discutir temas da ordem do dia, como paz entre as nações; meio ambiente; temas econômicos, como inflação e juros; violência; discurso de ódio nas redes digitais; e fortalecimento da democracia.
"Quando criamos o G20, foi porque o G7 tinha entendido que ele já não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008. Eu respeito todos os países, todas as reuniões que cada um quiser fazer, respeito a autodeterminação dos povos, mas o que quero dizer é que o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser ator protagonista de muita influência, sobretudo, nessa questão do clima. Poucas nações têm autoridade política e moral para discutir isso", declarou.
Nos Emirados Árabes, foram fechados acordos de R$ 12,5 bilhões por meio de um memorando de entendimento entre o estado da Bahia e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021. Lula disse que quer "apresentar essas obras a outros países para que empresários que quiserem investir no Brasil tenham opção certa de investimento. O Brasil é um país que tem estabilidade jurídica, estabilidade política e vai se transformar num país de estabilidade econômica".
Guerra na Ucrânia
Durante a entrevista, Lula voltou a defender a negociação da paz entre Rússia e Ucrânia com a reunião de países neutros. "A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra. Porque a decisão da guerra foi tomada por dois países. E, agora, estamos tentando construir um grupo de países que não tem nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia. Mas, também, nós também temos que ter em conta que é preciso conversar também com os Estados Unidos e com a União Europeia", respondeu o presidente aos jornalistas.
Caso Thiago Brennand
Ao ser questionado, o presidente confirmou a extradição de Thiago Brennand, empresário brasileiro que é acusado de agressão contra mulheres, além de possuir armas ilegais. "Eu fiquei sabendo que os Emirados Árabes vão fazer a extradição. Quando ela vai acontecer é uma questão da Justiça. A única coisa que eu sei é que se no mundo existir um milhão de cidadãos como este todos merecem ser punidos. Não é aceitável que um brutamonte desses seja agressor de mulheres. Acho que ele tem que pagar", defendeu.
* Com informações da Agência Brasil