Ministério da Saúde não sabe quantos brasileiros estão na fila do SUS
Nísia Trindade disse que Programa de Redução de Filas vai destinar recursos para os que esperam cirurgias
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, voltou a falar que o país não sabe quantos brasileiros estão na fila para realizar exames e cirurgias pelo SUS. A declaração foi dada na manhã desta 6ª feira (10.mar), em um encontro realizado na Fiesp, em São Paulo.
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Nísia afirmou que recursos foram alocados, por meio de uma portaria do programa de Redução das Filas, para que esse represamento seja reduzido. Inicialmente os recursos serão destinados para redução da fila de cirurgias, com as ações sendo definidas a partir de planos estaduais.
O secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda, responsável pela elaboração desta portaria, informou que havia "um vazio de informação" quando eles assumiram o governo, no início de 2023.
A ministra citou a importância de ter um sistema de informação seguro e concreto, com dados que possam direcionar as ações da pasta. Para isso, a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, afirmou ser necessário trabalhar de forma casada com a Rede de Atenção para integrar esses sistemas.
Vacinação
Nísia lembrou das dificuldades enfrentadas ao assumir a pasta, com a constatação de que houve "retrocessos muito importantes" na área, como o aumento da mortalidade materna e a queda da cobertura vacinal -- o índice, que antes ficava na casa dos 90%, hoje não chega a 70%.
A situação encontrada, no âmbito da vacinação contra covid-19, foi de estoque insuficiente de vacinas bivalentes e estoque zerado das vacinas infantis. Nísia informou que com o Movimento Nacional de Vacinação a meta é de que 90% das pessoas estejam com o esquema de vacinação completo até o fim de 2023.
A ministra ainda citou os problemas causados pelo falso conceito de que se vacinar era uma escolha individual e pela divulgação de fake news, que impactavam a confiança da população.
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Carlos Gadelha, deixou claro: "a ciência, hoje, é o norte do Ministério da Saúde".
Nesses quase 100 dias de novo governo, Nísia afirmou que o objetivo do Ministério da Saúde é retomar seu papel coordenador. Para isso, será necessário reconstruir o pacto interfederativo, já que o país é diverso e tem demandas diferentes a depender da região. Como exemplo desse olhar diferenciado para as diferenças locais e regionais, a pasta decidiu antecipar, para a próxima semana, a campanha de vacinação de Influenza na região Norte, que historicamente sofre com o vírus nesse período do ano. Para o restante do país, a vacinação continuará tendo início em abril.
A ministra falou que é importante "fortalecer a rotina" de vacinação, para que não seja mais necessário ter um Movimento Nacional de Vacinação.
Encontro na Fiesp
Nísia Trindade estava na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para falar sobre os desafios do SUS e as perspectivas para uma reindustrialização da saúde. Ela afirmou que levará as demandas da indústria, para retomar os caminhos de desenvolvimento na área, para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e para Geraldo Alckmin, ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Estiveram presentes, além da ministra, o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda; o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Carlos Gadelha; a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad. O encontro também contou com a presença de Ruy Baumer, vice-presidente da Fiesp; Francisco Balestrin, presidente do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde (CBEXs); Giovanni Cerri, presidente do Instituto Coalizão Saúde (Icos); Franco Pallamolla, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) e Sérgio Okane, diretor-executivo da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.