Ciro Nogueira aponta Zema e Tarcísio como "substitutos" de Bolsonaro

Com o ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos e sem previsão de retorno ao Brasil, o debate sobre quem levará o legado eleitoral da direita brasileira rumo a 2026 está aberto. Para o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas Gerais, Romeu Zema, e a ex-ministra da Agricultura e atual senadora, Tereza Cristina, são os "substitutos naturais" de Bolsonaro no caso de inviabilidade de uma candidatura do ex-presidente.

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"Acho que o grande líder da direita no país é o presidente Bolsoanro, com suas críticas, seus defeitos, mas ele é o grande líder. Eu não conversei com ele ainda sobre o projeto de futuro, se ele vai disputar ainda a presidência da República. Agora, ele não disputando, substitutos naturais que eu vejo são Tarcísio (de Freitas), (Romeu) Zema, Tereza (Cristina). Todos são nomes que podem ser colocados e podem surgir também outros nomes", disse Ciro ao SBT News/Cidade Verde. 

Michelle ao Senado

Questionado se a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro também poderia ser uma candidata no lugar do ex-presidente, Nogueira a apontou como nome forte para o Senado: "Não acredito não (na candidatura de Michelle à Presidência da República). A primeira-dama pode vir a disputar o Senado. Não vejo perspectiva da primeira-dama (disputar o Palácio do Planalto), apesar de ela ser uma grande liderança. Se o presidente não for candidato, natural é ser o Tarcísio ou Zema", acrescentou Nogueira, dessa vez retirando o nome de Tereza Cristina.

Do Val

Sobre o senador do Podemos-ES, Marcos do Val, agora investigado pela Polícia Federal após mudar várias vezes as versões de um suposto plano golpista contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) envolvendo Bolsonaro e o ex-deputado federal Daniel Silveira, Ciro classificou as falas de "desencontradas": "Quem tem que explicar essas falas é ele mesmo porque são muito desencontradas. Não tem muita credibilidade. Essas loucuras aí não me chamam muita atenção não", minimizou Ciro Nogueira.

Base lulista

Após ter apoiado o senador bolsonarista Rogério Marinho (PL) contra Rodrigo Pachêco na eleição pela presidência do Senado, Ciro Nogueira acredita que, mesmo com a a vitória governista, a base lulista é fluída: "Vai depender muito do tema. O presidente Lula ganhou a eleição em apenas uma região das cinco do país. Então um senador de Santa Catarina, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, defender o Lula, aqui, não é fácil, porque tem que visitar seus estados depois. Vamos esperar as primeiras votações, são votações abertas. As votações do Marinho e do Rodrigo Pacheco foram votações que ninguém sabe quem votou ali", argumentou Ciro. 

Segundo o senador, as votações abertas "nos temas que vão realmente mexer no dia a dia das pessoas é que vão balizar o número preciso de senadores que apoiam ou são oposição ao governo Lula".

Banco Central

A escalada de críticas feitas por Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é classificada por Ciro Nogueira como uma forma de tirar o foco das ações do governo petista. 

"Ele (Roberto Campos Neto) é a melhor cabeça do país do ponto de vista econômico. Eu sou um fã, um homem equilibrado e uma das pessoas que mais conhece economia no nosso país. Acho que o governo Lula ainda está patinando, um governo que não consegue cumprir suas promessas e tem dificuldade de colocar em prática o que prometeu e acaba que fica buscando essas coisas midiáticas para tirar o foco do que realmente precisa".

* SBT News e Cidade Verde

Confira a íntegra da entrevista: