Lula: "Amazônia não deve ser transformada em santuário da humanidade"
Declaração foi durante cerimônia que criou o Conselho de Participação Social
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu que a Amazônia não seja "transformada em um santuário da humanidade" e que a floresta volte a virar objeto de estudo. A declaração foi durante a cerimônia, no Palácio do Planalto, nesta 3ª feira (31.jan), quando ele assinou os decretos que criam o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial.
"Nós não queremos transformar a Amazônia num santuário da humanidade, lá vivem mais de 25 milhões de pessoas. Precisamos fazer com que a Amazônia seja pesquisada por quem entende e a biodiversidade seja usada para criar emprego para aquele povo e mostrar para os europeus sobre o crédito de carbono que tanto se fala", afirmou Lula.
O presidente também afirmou que é necessário reconhecer a mudança climática que atinge o mundo. "Estamos percebendo a cada dia a mudança climática na nossa cara", disse após citar uma lista de eventos relacionados aos fenômenos do clima.
Ao assinar os decretos, Lula declarou que o novo governo vai retomar o diálogo com a sociedade. Ele prometeu ainda oferecer uma "participação popular efetiva" na nova gestão.
"Quero dizer para vocês, para terminar essa fala aqui, que vocês não estão convidados. Eu quero que vocês saibam que estão participando para ajudar a gente a reconstruir ou construir uma coisa nova. Uma participação popular efetiva. Que vocês podem dizer sim da mesma forma que podem dizer não", afirmou o presidente.
Sem Palácio, sem casa
Lula voltou a reclamar de estar morando em um hotel com a primeira-dama, Janja Lula da Silva, e duas cadelinhas. O Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, passa por reforma após a saída de Jair Bolsonaro (PL).
"Sou o cidadão que mais deveria estar reclamando aqui. Aliás, eu nem deveria estar falando aqui no microfone do presidente. Eu deveria estar falando lá naquele microfone do movimento social, para reivindicar do companheiro Rui Costa, nosso ministro-chefe da Casa Civil, a casa para o presidente da República morar. Pois eu ainda não estou morando numa casa. Eu estou morando no hotel. Eu sou um sem casa. Um sem Palácio", declarou.