Anielle e Sonia tomam posse com dicursos contra a desigualdade e o racismo
Na cerimônia desta 4ª feira, ministras denunciaram problemas enfrentados pelas populações negra e indígena
Sonia Guajajara e Anielle Franco tomaram posse, nesta 4ª feira (11.jan), como ministras dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial, respectivamente. Elas foram empossadas em uma cerimônia conjunta devido aos atos golpistas que aconteceram em Brasília, domingo (9.jan).
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Em seu discurso, Sônia homenageou o indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Philips, assassinados no Vale do Javari, no Amazonas, em junho de 2022. "Em memória de quem saúdo todos os nossos aliados e aliadas defensores do meio ambiente e dos direitos humanos", declarou a ministra dos Povos Indígenas.
Já Anielle homenageou sua irmã, a ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, no Rio de Janeiro. "Tenho dedicado cada minuto da minha vida a lutar por justiça, defender a memória, multiplicar o legado e regar as sementes de minha irmã", declarou emocionada.
Causa
A ministra da Igualdade Racial falou que as pessoas negras estão mais expostas às situações de vulnerabilidade, com a falta de acesso à saúde, educação e moradia de qualidade. Anielle apontou problemas relacionados ao encarceramento da população preta, além das mortes dos jovens negros.
Ela afirmou ainda que o comprometimento com a causa racial deve envolver todos os órgãos do governo Lula. "Eu me dirijo especialmente aos demais ministros e ministros, cujas pastas não poderiam funcionar sem um recorte pontual e transversal sobre o racismo e a racialidade no Brasil", declarou.
"O compromisso com a Igualdade Racial no Brasil não pode ser o compromisso apenas deste Ministério", completou a ministra.
Valorização
No discurso de posse, Sônia exaltou e agradeceu a sua ancestralidade. "Se estou aqui hoje, é graças à força ancestral e espiritual de meu povo Guajajara Tentehar, graças à resistência secular da luta dos povos indígenas do Brasil, graças também à minha persistência de nunca desistir", declarou.
Ela também falou sobre os principais problemas que a população indígena enfrenta no Brasil, como as dificuldades no acesso aos serviços de saúde, de saneamento e a insegurança alimentar. A ministra ainda anunciou a recriação do Conselho Nacional de Política Indigenista.
"Ele garante a participação paritária entre representações indígenas de todos os estados brasileiros e órgãos do Executivo federal. Sabemos que não será fácil superar 522 anos em 4, mas estamos dispostos a fazer deste momento a grande retomada da força ancestral da alma e espírito brasileiros", disse.
Presidente Lula
As posses das ministras contaram com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin, e da ex-mandatária Dilma Rousseff, além de outros ministros já empossados, como Simone Tebet, Flávio Dino e Rui Costa.
Veja como foi a cerimônia:
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