Nova ministra das Mulheres anuncia medidas contra a violência de gênero
Outra prioridade será garantir participação feminina no mercado e na política
"Este será o ministério que estará com todas as mulheres. As que votaram e as que não votaram conosco", disse Cida Gonçalves, nova ministra das Mulheres. Ao som de "Maria, Maria", de Milton Nascimento, em coro com auditório lotado de mulheres, a publicitária e consultora tomou posse, nesta 3ª feira (3.jan), como chefe da pasta.
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A cerimônia foi organizada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília -- onde funcionou o gabinete de transição do governo Lula; e contou a participação de lideranças femininas de movimentos e projetos sociais, além de outras novas ministras.
No discurso, Cida Gonçalves afirmou que sabe da responsabilidade que tem enquanto chefe da pasta e anunciou a criação de secretarias que cuidarão de políticas públicas. Entre elas, está a Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.
A ministra também afirmou que será prioridade em sua gestão trazer mais participação feminina para a política e para o mercado, além de garantir que homens e mulheres tenham salários igualitários.
"Faremos a defesa radical da garantia e o direito de todas as mulheres nesse país. Pela primeira vez teremos uma área do governo dedicada às mulheres com a nomenclatura desse ministério", disse a ministra.
Cida Gonçalves criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No governo anterior, a pasta que cuidava dos direitos das mulheres era o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
"Foi uma uma usurpação, porque não cuidou das mulheres, das famílias e nem dos direitos humanos. Muito pelo contrário, a destruição dos direitos da mulher no governo não foi um acaso, mas sim o projeto, o projeto dele [de Bolsonaro], o projeto de sujeição das mulheres brasileiras", afirmou a ministra.
Ao longo da campanha ao Planalto, Lula reforçou que o governo dele vai se dedicar a garantir os direitos das mulheres. Também fez diversos acenos ao eleitorado feminino, sinalizando que sua gestão também priorizaria a participação feminina na política. Ao indicar 11 mulheres para os ministérios, Lula bateu o recorde de Dilma Rousseff quanto ao número de ministras na Esplanada.
O Ministério da Saúde terá, por exemplo, pela primeira vez uma mulher no comando -- a atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade.
Antes de anunciar o nome dos ministros, na última semana antes da posse, Lula afirmou que seu terceiro governo terá mais mulheres. "Eu estou feliz porque, nunca na história do Brasil, teve tantas mulheres ministras. Nunca. Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil tivemos uma indígena ministra dos Povos Indígenas", disse o presidente eleito.
Compareceram à cerimônia de posse Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, Margareth Menezes, ministra da Cultura, Sônia Guajajara, ministra do Povos Indígenas, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e Marina Silva, ministra do Meio Ambiente. Assista a íntegra da transmissão da cerimônia de posse da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves: