Tebet se encontra com Lula nesta 3ª para negociar Ministério do Planejamento
Senadora quer pasta turbinada, mas petista não deve entregar PPI; anúncio de novos nomes fica para 4ª
Com futuro indefinido, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) se encontra nesta 3ª feira (27.dez) com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para negociar sua possível ida para o Ministério do Planejamento no próximo governo do petista. Há um impasse envolvendo a pasta que Tebet deve ocupar. A ex-presidenciável quer mais espaço na Esplanada, mas tem recebido negativas de Lula. Ela tentou ir, por exemplo, para o Ministério do Desenvolvimento Social, mas foi vetada pela próxima gestão, que entregou o cargo para o senador eleito Wellington Dias (PT-PI).
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Para destravar o imbróglio, negociações foram feitas nesta 2ª feira (26.dez) pelo futuro chefe do Executivo com o futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT); e com o presidente do MDB, Baleia Rossi. As conversas giraram em torno das exigências que Tebet fez para assumir o Planejamento. Como noticiou o SBT News, a política pediu para gerenciar o PPI -- Programa de Parcerias de Investimento -- e também os bancos públicos.
Aliados do presidente afirmam, no entanto, que Lula não deve entregar o PPI a Tebet. No novo desenho da Esplanada, o Programa ficará com a Casa Civil, que será chefiada pelo atual governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA). Nos bastidores, também comenta-se que Lula não deve dar a área porque a indicação da senadora para o Planejamento não teria agradado Haddad, que quer entregar o ministério esvaziado para a ex-presidenciável.
Outra opção de Lula para Tebet é o Ministério das Cidades, pasta responsável por tocar obras federais.
Falta de entendimento
Nos últimos dias, o nome de Tebet foi ventilado para diferentes pastas. Uma delas foi Meio Ambiente, mas, após manifestação da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP), a senadora foi descartada para o cargo. Tebet também teria recusado convite para assumir o Turismo.
A falta de entendimento sobre o futuro da senadora tem provocado insatisfações em integrantes MDB, que consideraram que a indefinição sobre a pasta destinada a ela é um "desrespeito". Tebet foi a terceira presidencial mais votada e seu apoio foi importante para o segundo turno de Lula.
Novos anúncios de ministérios
O presidente eleito deve anunciar mais ministros na próxima 4ª feira (28.nov). Até agora, ele divulgou 21 dos 37 nomes previstos para as pastas.
No Twitter, o futuro chefe do Executivo disse que vai passar os próximos dias na capital federal e que há muito trabalho para ser feito até a posse. "Ainda temos 6 dias de muito trabalho para a nossa posse e daí o início do nosso governo. Uma nova página para o Brasil, com mais democracia e direitos para o povo brasileiro. Uma boa semana para todos", escreveu Lula.
Confira os nomes já anunciados:
- Ministério da Defesa: José Múcio Monteiro, ex-ministro do TCU
- Ministério da Fazenda: Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação
- Casa Civil: Rui Costa, ex-governador da Bahia
- Ministério da Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino, ex-governador do Maranhão e senador eleito
- Ministério das Relações Exteriores: Mauro Vieira, embaixador e ex-titular da pasta no governo Dilma
- Ministério do Desenvolvimento Social: Wellington Dias (PT-PI), senador e ex-governador do Piauí
- Secretaria de Governo: Márcio Macêdo (PT-SE), tesoureiro da campanha de Lula e deputado federal
- Ministério da Cultura: Margareth Menezes, cantora
- Ministério das Relações Institucionais: Alexandre Padilha, ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff
- Ministério da Educação: Camilo Santana, ex-governador do Ceará
- Ministério da Saúde: Nisia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz
- Advogacia Geral da União (AGU): Jorge Messias, procurador da Fazenda Nacional
- Ministério da Gestão: Esther Dweck, economista, trabalhou no ministério do Planejamento
- Ministério da Mulher: Aparecida Gonçalves, consultora de políticas públicas contra a violência de gênero
- Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco, jornalista, professora e ativista, diretora do Instituto Marielle Franco
- Ministério dos Direitos Humanos: Silvio Almeida, advogado e escritor
- Ministério dos Portos e Aeroportos: Márcio França, ex-governador de São Paulo
- Ministério da Ciência e Tecnologia: Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco
- Ministério do Trabalho: Luiz Marinho, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
- Controladoria Geral da União (CGU): Vinicius Marques de Carvalho, ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Desenvolvimento
Ministérios ainda sem nomes anunciados:
- Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
- Comunicação Social (Secom)
- Agricultura e Pecuária
- Integração e Desenvolvimento Regional
- Pesca e Aquicultura
- Previdência Social
- Cidades
- Comunicações
- Minas e Energia
- Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
- Esporte
- Meio Ambiente
- Planejamento e Orçamento
- Turismo
- Povos Indígenas
- Transportes