Com Orçamento e metade da equipe, Lula ganha respiro a dez dias da posse
Petista teve apoio do Congresso para promessas de campanha e confirmou mais da metade dos ministros
A dez dias da posse, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu resolver boa parte das preocupações para o início do mandato e ganhou um respiro para os próximos dias. Com apoio do Congresso, que ampliou o teto de gastos e confirmou recursos no Orçamento, o petista vai cumprir a principal promessa de campanha no próximo ano: garantir o pagamento do Bolsa Família em R$ 600. Lula também fez uma nova rodada de anúncios, e fechou mais da metade da Esplanada. Até o momento, dos 37, 21 nomes de ministros foram confirmados.
A maior parte dos que terão uma pasta em 2023 foi anunciada nesta 5ª feira (22.dez), em Brasília. O peso político do partido de Lula prevaleceu em uma das principais dúvidas da Esplanada: quem ocuparia o Ministério do Desenvolvimento Social. O escolhido foi o correligionário Wellington Dias, ex-governador do Piauí e senador eleito na última eleição. Simone Tebet, que abraçou a campanha no 2º turno, queria comandar o ministério, mas terá que ficar com outra área -- caso aceite. A principal aposta de Lula é alocá-la no Meio Ambiente, o que também trava um impasse com a ex-ministra dessa pasta Marina Silva, que deve ser apresentada a um cargo de conselho, ainda inexistente. A indefinição entre Tebet e Marina é uma das dores de cabeça que impedem o presidente eleito de ter um alívio completo até 1º de janeiro.
Entre outros nomes confirmados, uma incógnita foi solucionada: Geraldo Alckmin. Cotado para ao menos três diferentes pastas desde o resultado das eleições, o vice-presidente eleito comandará o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços. Os nomes da semana também foram formalizados. Camilo Santana, ex-governador do Ceará, na pasta da Educação, e a cantora Margareth Menezes na Cultura. Ao todo, foram 16 nomes confirmados, que se somaram à parte da cota pessoal de Lula anunciada no dia 9 deste mês.
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No campo das promessas, além da previsão fiscal para o benefício que substituirá o Auxílio Brasil, o Congresso contemplou o pagamento adicional de R$ 150 para cada filho de até seis anos. A medida valerá para as famílias cadastradas. No Orçamento aprovado nesta 5ª feira, deputados e senadores também elevaram o valor do salário mínimo para R$ 1.320 no próximo ano, e direcionaram novos recursos para áreas foco do petista, que poderá retomar os programas da Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida.
Para valer, o Orçamento ainda depende de sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas como parte das medidas aprovadas também estavam anunciadas na campanha do mandatário, há grande expectativa de que ele não recuse o benefício social nem o reajuste ao salário mínimo.
Esplanada de Lula
O petista anunciou, até o momento, 21 nomes para o comando de ministérios no próximo governo. A Esplanada dos Ministérios terá, em 2023, 37 pastas, conforme anunciou o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa. Entre os nomes divulgados até o momento estão políticos próximos ao mandatário eleito, como Fernando Haddad, na Fazenda, e Flávio Dino, na Justiça.
Dos 21 ministros já anunciados, seis são mulheres. O Ministério da Saúde terá, pela primeira vez, uma mulher no comando -- a atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima. Já o Ministério da Cultura será chefiado pela cantora e compositora Margareth Menezes. Para o comando do Ministério da Gestão, foi indicada a economista Esther Dweck. No Ministério da Mulher está Aparecida Gonçalves, e na Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. Anielle Franco foi anunciada para o Ministério da Igualdade Racial.
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Outras pastas voltadas à diversidade também estão nos planos do governo petista, como o Ministério dos Direitos Humanos, com Silvio Almeida, e o Ministério dos Povos Originários, cujo comando ainda não foi divulgado. Lula deverá confirmar os 16 restantes nos próximos dias.
