Governo

Em encontro com médicos, Bolsonaro relativiza vacina e critica urnas e STF

Presidente teve reunião no Conselho Federal de Medicina e voltou a falar de "tratamento precoce"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta 4ª feira (27.jul) de evento no Conselho Federal de Medicina (CFM). Na reunião, ele voltou a defender a postura adotada pelo seu governo durante a pandemia, pregando uso de remédios ineficazes contra a covid-19 e relativizando a vacina, ao repetir que não se vacinou e que está "vivo até hoje". Ao final, Bolsonaro foi aplaudido de pé pelos médicos presentes.

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"Compramos vacina para todo mundo, de forma voluntária. Nunca exigi passaporte vacinal nem cobrei nada de ninguém, até porque eu nunca me vacinei. Entendo que isso é liberdade e democracia. É um direito meu", afirmou Bolsonaro, sem, contudo, mencionar a redução no número de mortes por covid com o avanço da vacinação no país. 

As declarações foram dadas dois dias depois de a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo pedir, na 2ª feira (25.jul), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o arquivamento de cinco procedimentos instaurados contra o presidente com base no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que pediu o indiciamento do chefe do Executivo. Os processos se referem aos supostos crimes que, segundo a comissão, foram cometidos por Bolsonaro e sua equipe de governo. Seriam eles: charlatanismo, prevaricação, infração de medida sanitária preventiva, emprego irregular de verba pública e epidemia com resultado de morte.

Ainda no evento, Bolsonaro voltou a criticar as urnas eletrônicas, às vésperas da eleição. "Tudo evolui, exceto as urnas das sessões eleitorais. Precisam evoluir. Não vamos tocar nesse assunto aqui", disse. O presidente também fez um ataque indireto ao STF: "A pandemia foi um exemplo para todos nós de como devemos ter cada vez mais zelo com a política. Nossa vida passa pelo Parlamento, pelo Executivo e passa por outro Poder, que está legislando bastante nesses últimos 3 anos".

"Autonomia"

O chefe do Executivo defendeu a "autonomia médica" e citou o que chama de tratamento precoce -- composto por medicamentos comprovadamente ineficazes --, defendido por ele durante a crise sanitária e criticado por autoridades médicas. 

"Tive a experiência muito forte da interferência política na autonomia médica. O médico, no meu entender, tem que fazer de tudo para buscar salvar uma vida. A autonomia faz parte da atividade dos senhores", disse Bolsonaro. "Nós sabemos que muitos remédios foram descobertos por acaso, até mesmo o da impotência sexual foi por aí. [...] Aqui no Brasil foi praticamente proibido falar de tratamento precoce", declarou. 

Também participaram do encontro o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente do CFM, Hiran Gallo. A reunião foi marcada para tratar de temas relacionados à assistência médica e hospitalar no Brasil. 

"Dentre os tópicos a serem abordados, estão pontos considerados fundamentais para a melhoria das condições do atendimento da população do país, em especial da parcela que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS)", informou o CFM. 

"Para a superação desse objetivo, o CFM defende pontos como a valorização do trabalho médico por meio de políticas públicas específicas, o reforço da infraestrutura de atendimento em hospitais e postos de saúde; e o aumento da participação do Estado nos investimentos em saúde", ressaltou a autarquia.

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