"Inacreditável essa cassação", diz Bolsonaro sobre deputado acusado de fake news
Presidente atacou o Tribunal Superior Eleitoral em live semanal
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu nesta 5ª feira (2.jun) a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a cassação do mandato do deputado estadual pelo Paraná Fernando Francischini. Bolsonaro se manifestou sobre o assunto em sua live semanal, em que proferiu ataques contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também; a Corte havia cassado o mandato de Francischini, apoiador do chefe do Executivo federal.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"É uma coisa inacreditável essa cassação desse parlamentar. Eu já falei nisso em alguns momentos pelo Brasil e aqui na live também. Faltava dez minutos para acabar as eleições de 2018, o Francischini era deputado federal, concorria a deputado estadual e resolveu falar uma coisa que ficou recorrente em 2018. Eu recebi vários vídeos, recebi telefonemas, que o cara ia lá apertar o 17 e aparecia o 13. Ninguém falava o contrário, quando ia apertar o 13 saía o 17. Ninguém. Então é uma coisa que aconteceu em larga escala, o TSE não se explicou no tocante a isso", falou Bolsonaro. Ao contrário da afirmação do presidente, o TSE já desmentiu ter havido qualquer impossibilidade de votar no então filiado ao PSL em 2018, nas urnas eletrônicas.
Os ataques na live, entretanto, continuaram: segundo Bolsonaro, a Corte "está tendo medidas arbitrárias contra o Estado Democrático de Direito". "Atacam a democracia. Não querem a transparência do sistema eleitoral", completou. Falando sobre o convite do TSE para que o pleito de 2022 seja acompanhado por observadores internacionais, disse que não tinha que convidar ninguém para fazê-lo, com exceção de pessoas de Bangladesh e Butão, por serem, de acordo com Bolsonaro, países com um sistema eleitoral como o do Brasil.
Outro assunto abordado pelo presidente foram as sanções impostas à Rússia por causa da guerra na Ucrânia. Conforme Bolsonaro, "as medidas adotadas pela União Europeia já começam a aparecer fissura". Entre elas, estaria aumento no preço do diesel. O chefe do Executivo afirmou também que 27 países da UE "não concordam com as sanções econômicas à Rússia". "Eu não vou entrar em detalhe no tocante a isso. O Brasil é um país aqui que faz a sua parte. Se depender de uma ida minha falar com alguém, a gente vai junto com outros chefes de Estado buscar uma alternativa", pontuou.
Ainda segundo ele, "o Brasil continua na sua posição de equilíbrio" em relação à guerra. "Tudo, se for possível, nós faremos pela paz. Mas nós sabemos como as guerras começam e não sabemos como elas acabam. Então o Brasil lamenta a guerra", acrescentou.
A respeito do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro -- que subiu 1% no primeiro trimestre deste ano --, afirmou que, nesse caso, o país "está indo bem". O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, participou da live também. De acordo com ele, "os analistas vão passar o ano revisando o PIB brasileiro para cima e o PIB do resto do mundo para baixo". Sachsida falou ter sido "muito criticado" por ter dito que o indicador cresceria acima de 2% este ano, por pessoas que previam, no final de 2021, recessão para 2022. "Me criticaram muito e está aí. Estamos respondendo dentro de campo", completou.
Bolsonaro disse esperar que o desemprego volte para um dígito neste ano "se Deus quiser". Em relação à inflação, Sachsida, por sua vez, pontuou que "maio foi o pico, em junho começa a cair".
Veja também: