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"Tem que ter pena" de quem defende volta do AI-5, afirma Bolsonaro

Presidente falou sobre eleições e preço dos combustíveis também, em discurso na Apas Show

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta 2ª feira (16.mai) que é necessário "ter pena" de quem defende a volta do Ato Institucional Nº 5 (AI-5), o mais duro instrumento de repressão da ditadura militar iniciada com o golpe de 1964. A afirmação foi feita em discurso na cerimônia de abertura da 36ª edição da Apas Show -- reconhecido no mundo como o maior evento de alimentos e bebidas --, no Expo Center Norte, na capital paulista.

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"O que tentaram nos roubar em 1964, tentam nos roubar agora. Lá atrás pelas armas, agora pelas canetas. Liberdade de expressão! Outro dia falaram para mim, quem levanta uma faixa de AI-5... você tem que ter pena desse cara, não é prender o cara não", falou o presidente.

Ainda em seu discurso, ele voltou a questionar, sem provas, a integridade do processo eleitoral no país: "Podemos ter outra crise, podemos ter eleições conturbadas, imagina acabar a eleição e pairar sobre um lado ou sobre outro a suspeição que elas não foram limpas. Não queremos isso". Também nas palavras do presidente, "a eleição deste ano está sendo vista, até por outros países, como um ponto de inflexão para o futuro do mundo até". A respeito de sua vitória nas urnas em 2018,  afirmou ter se tratado de um "milagre", mesma forma como classificou "estar vivo num governo com velhas raposas sedentas por desmame".

Um terceiro assunto abordado por Bolsonaro foi o preço dos combustíveis. Ele lamentou estarem em patamar "altíssimo" e disse que o Governo Federal está "tentando buscar solução para isso, mas o Brasil tem consumido, mês após mês, mais óleo diesel". Esse aumento no consumo, de acordo com ele, "é sinal que a economia está viva". Em outro momento do discurso, porém, o chefe do Executivo federal criticou a Petrobras: "Todos tem que ter consciência, apertar o cinto, salvar o Brasil. Como as petrolíferas do mundo todo tiveram, diminuindo a sua margem de lucro. Exceto a Petrobras Futebol Clube. Essa aí está preocupada em ser campeã do mundo".

O Supremo Tribunal Federal (STF) também foi alvo de crítica de Bolsonaro: "Eu não sou dono da verdade, não tem semana que não levo no lombo uma ação do Supremo que atinge o Brasil". Conforme o politico, pode falar que não cumprirá eventual decisão da Corte alterando o marco temporal na demarcação das terras indígenas. "O que sobra para mim se o Supremo aprovar isso aí? Eu tenho que pegar a chave da Presidência e entregar no Supremo, ó, de vocês, ou então falar: 'não vou cumprir'", pontuou.

Segundo o presidente, passa "mais da metade" do seu tempo lidando com processo judicial. O integrante do PL rebateu afirmações de que será preso: "por Deus, que está no céu, eu nunca serei preso". Além disso, afirmou que parlamentares "gordinhos" lhe procuraram pedindo para "arranjar" um ministério em troca do avanço de pautas na Câmara e no Senado, sem entrar em detalhes, e estar "decidindo" se comparecerá à próxima Cúpula das Américas, reunião entre os chefes de Estado do continente americano criada pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

Revisão de impostos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também discursou na cerimônia. Na ocasião, após dizer que o governo vem promovendo reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e que o Executivo diminuiu todos os tributos de importação da cesta básica, detalhou quem são os possíveis beneficiados com as medidas: "Quando você reduz impostos, normalmente são dois beneficiados. Um, se vocês estão na cadeia, justamente, vocês são os intermediários, entre a indústria de um lado e o consumidor do outro lado. Quando você reduz impostos, normalmente uma parte dessa redução de impostos vai para a indústria, que justamente foi desindustrializada durante esses últimos 40 anos. Então uma parte é para eles, mas uma parte é para o consumidor. Então nós precisamos que essa incidência seja distribuída para os dois lados. Não pode ficar toda com um lado só e nós vamos seguir esse caminho".

Ainda de acordo com Paulo Guedes, com um rompimento das "cadeias globais", o Brasil está sendo percebido agora "tanto na Europa como nos Estados Unidos como o caminho do futuro, o caminho da prosperidade, o porto de atração de investimentos". O motivo, diz ele, é que os investidores internacionais procuram, para investir, países próximos de onde estão -- por causa da logística -- e amigos. Conforme o ministro, o Brasil foi notado agora também "como elemento chave de segurança alimentar e segurança energética".

Em outro instante do discurso, disse que o governo dará continuidade a seu programa, chamado por ele de "caminho da prosperidade". "Nós vamos aprofundar o programa. Agora nós já sabemos, tenho a renda básica, nós vamos melhorar os nossos programas sociais, essa rampa de ascensão social".

Outro tema abordado por Guedes foram os encargos trabalhistas. Ele os classificou como "bomba de destruição em massa de empregos" e afirmou que, por isso, é necessário removê-los.

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