"Não vai abandonar o barco sem substituto", diz Mourão sobre Silva e Luna
Vice-presidente também disse que é possível adiar a assembleia de acionistas até governo fechar novo nome
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse acreditar que o General Joaquim Silva e Luna não deve deixar o comando da Petrobras, até que o sucessor seja indicado pelo Governo Federal e aprovado pela diretoria da estatal. Mourão disse ainda que a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da empresa, com data prevista para 13 de abril, pode ser adiada até que haja um novo nome viável para o cargo. As declarações foram dadas nesta quarta-feira (6.abr) a jornalistas no anexo do Palácio do Planalto.
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"O general Silva e Luna é um cara que cumpre missão. Ele não vai abandonar o barco sem que tenha alguém pra substituí-lo", disse Mourão, que em seguida completou: "To vendo que há uma dificuldade pra conseguir um nome. O que pode ocorrer é uma adiamento da assembleia de acionistas, até que se consiga nome, até porque existe um período de análise desses nomes".
Conforme informou o SBT News na última terça-feira (5.abr), Bolsonaro e o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, se reuniram no Palácio do Planalto para discutir o desgaste das últimas indicações mal-sucedidas para a estatal, como do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim e o empresário Adriano Pires. Ambos desistiram de ocupar cargos de chefia na empresa por conflitos de interesses. No mesma reunião, Bolsonaro e Bento ainda avaliaram o indicado do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Trata-se do Secretário de Desburocratização da pasta, Caio Paes de Andrade.
"Eu conheço o Caio, tem feito um excelente trabalho nessa parte de desburocratização, mas vamos ver o que pode progredir disso aí, porque na realidade ele não tem experiência nessa área de óleo e gás. Ele tem experiência como gestor, mas não especificamente nessa área. E pelas próprias regras de compliance e accountability da Petrobrás, fica difícil você trazer alguém que não tenha experiência nessa área", comentou Mourão.
As mudanças na gestão da Petrobras são uma tentativa de Bolsonaro de controlar os preços dos combustíveis, mesmo diante da variação do valor do barril do petróleo, agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente da República teme ter o desempenho nas eleições afetado pela alta nos postos, que impulsiona também a inflação.