Milton Ribeiro fala sobre demissão: "Para que não paire nenhuma incerteza"
Ex-ministro divulgou carta ao deixar a Educação em meio a denúncias de favorecimento a pastores
O agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro divulgou carta sobre sua saída da pasta. Ribeiro pediu exoneração do cargo nesta 2ª feira (28.mar), em meio às investigações de um esquema de favorecimento a pastores no repasse de verbas do ministério.
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No documento, ele pede a investigação "com profundidade" das suspeitas e afirma ter "plena convicção de que jamais praticou qualquer ato de gestão que não fosse pautado pela legalidade, pela probidade e pelo compromisso com o erário".
"Decidi solicitar ao presidente Bolsonaro a exoneração do cargo de ministro, a fim de que não paire nenhuma incerteza sobre minha conduta e do governo federal. Meu afastamento visa, mais do que tudo, deixar claro que quero uma investigação completa e isenta", diz Ribeiro na carta.
Carta aos Brasileiros. pic.twitter.com/1oLLTui7vn
? Milton Ribeiro (@mribeiroMEC) March 28, 2022
Suspeitas
A saída de Ribeiro vem em um período de turbulências sobre a sua conduta no Ministério da Educação. Denúncias divulgadas inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo revelaram que pastores, sem cargo público ou vinculação, influenciaram em decisões do MEC. Prefeitos que eram apresentados por Gilmar Silva dos Santos, líder do Ministério Cristo para Todos -- vertente da igreja evangélica da Assembleia de Deus, e pelo pastor Arilton Moura, tinham prioridade no recebimento de verbas da pasta.
Dias depois, a Folha de S. Paulo publicou um áudio em que o ministro sugere que uma das prioridades da pasta é atender "todos os que são amigos" do pastor Gilmar dos Santos, líder do Ministério Cristo para Todos -- vertente da igreja evangélica da Assembleia de Deus. A decisão, segundo o suposto áudio, atende a um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).