"Jamais existiu gabinete paralelo no MEC", afirma Milton Ribeiro
Ministro da Educação disse que não considera ser afastado do cargo
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, negou nesta 4ª feira (23.mar) que alguma vez em sua gestão pastores sem cargo público ou vinculação ao setor da educação assumiram o comando de decisões da pasta.
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"Nunca. Jamais existiu gabinete paralelo. É uma pecha que colocaram sobre o MEC. Basta ver o número de encontros que realizei com a participação desses que dizem. De 48 visitas que participei no país eles participaram de nove. Não gosto de acusar e falar de ninguém que não há prova", pontuou o ministro em entrevista à Jovem Pan News.
Também na entrevista, Milton Ribeiro disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou em contato com ele logo depois que foi divulgado áudio no qual o ministro afirma que a pasta prioriza municípios escolhidos por pastores para alocação de recursos federais a pedido do chefe do Executivo: "Ele me ligou. Ele me declarou foi que não via naquele áudio nenhuma evidência, que não há nada que eu fale que estou pedindo dinheiro. Quando falo na construção, dizem que estou pedindo dinheiro para construir igreja. Todos sabem que a construção de templo evangélico depende de alvará... jamais iria pedir para comprarem tijolos? posso ser inexperiente, mas isso eu jamais iria pedir".
Mais uma vez, o ministro negou que Bolsonaro lhe tenha feito algum pedido. Ainda de acordo com ele, não considera ser afastado do cargo, e Bolsonaro não poderia retirá-lo do cargo por "forças políticas, entrando de uma forma muito forte, o grupo de evangélicos que é base importante do presidente, e querem associar a desvio de dinheiro público". "Não aceito isso", completou.
A respeito da afirmação feita pelo prefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luis Domingues (MA), de que um pastor pediu 1 kg de ouro para conseguir liberar verbas de obras de educação para a cidade, Milton Ribeiro afirmou: "nem sei se é verdade, vou receber como notícia. O que acontece. Não havia ainda esse tipo de denúncia. Havia uma denúncia anônima de que havia algum tipo de influência. Como era anônima, fiz questão não de desprezá-la, mas levá-la à CGU [Controladoria-Geral da União]".
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