Em pronunciamento, Bolsonaro critica passaporte e imunização infantil
Presidente disse ainda ser contra restrições àqueles que não se imunizarem contra covid-19
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta 6ª feira (31.dez) que não apoia o passaporte vacinal e as restrições impostas àqueles que não quiseram se vacinar, e voltou a defender que as crianças de 5 a 11 anos só se vacinem com prescrição médica e autorização dos pais. O chefe do Executivo criticou também os governadores por adotarem medidas de contenção à covid-19, como o lockdown, e afirmou que só não houve uma "quebradeira econômica", porque o governo criou programas para ajuda empresários.
"Não apoiamos o passaporte vacinal, nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que as vacinas para as crianças entre 5 e 11 anos seja aplicada somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada", disse o presidente.
Bolsonaro citou ainda medidas implementadas pelo Planalto durante a pandemia e destacou que o Brasil se tornou "exemplo" de vacinação contra o coronavírus. "Encerramos o ano de 2021 com 380 milhões de doses de vacinas distribuidas à população. Todas adquiridas pelo nosso governo. Lembro que em 2020 não existia vacina disponível no mercado e a primeira pessoa vacinada foi no Reino Unido, em dezembro. Todos os adultos, que assim desejaram, foram vacinados no Brasil. Fomos um exemplo para o mundo", completou.
O presidente também voltou a criticar governadores que adotaram medidas de restrição, como o lockdown, para conter a primeira onda da pandemia no país. Segundo Bolsonaro, "a quebradeira econômica só não se tornou uma realidade porque criamos o Pronamp (financiamento para custeio e investimentos dos médios produtores rurais em atividades agropecuárias)".
Durante o discurso, o chefe do Planalto ressaltou ainda o Auxílio Brasil, que substituiu o programa Bolsa Família, e só conseguiu ser pago após o Congresso Nacional aprovar uma emenda constitucional que postergou o pagamento de precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça) e alterou o regra de correção inflacionário do teto de gastos, abrindo espaço de R$ 64,9 bilhões no próximo ano. O programa é uma das principais bandeiras do presidente para a campanha eleitoral do ano que vem, quando tentará a reeleição.
"Já começamos a pagar o Auxílio Brasil Brasil com valor mínimo de R4 400. Programa melhor e mais abrangente do que o antigo Bolsa Família, onde a média era de apenas R$ 190. O Auxílio Brasil vai ajudar 17 milhões de famílias mais necessitadas. A superar as suas dificuldades econômicas e sociais agravadas pela pandemia", afirmou.
Criticado por estar em férias em Santa Catarina e não ter ido à Bahia após o estrago causado pelas fortes chuvas na região, Bolsonaro disse que "desde o primeiro momento determinei que os ministros João Roma e Rogério Marinho prestassem total aos moradores esses mais de setenta municípios atingidos. Hoje temos um governo que acredita em Deus, respeita seus militares, defende a família e deve lealdade ao seu povo".