Em evento fechado, Heleno fala em "atitude mais drástica" contra STF
Ministro disse tomar remédio para não instigar o presidente contra o Supremo; áudio foi revelado por Guilherme Amado, do Metrópoles
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou nesta 3ª feira (14.dez) que precisa tomar dois Lexotan -- medicamento com propriedades ansiolíticas -- na veia diariamente para não fazer com que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tome "uma atitude mais drástica" frente às decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Áudio com a fala do ministro, em que ele critica a Corte, e outro no qual Augusto Heleno diz ter "preocupação muito grande" com o cenário nacional em 2022 e que rezará para não provocarem a morte de Bolsonaro, foram obtidos e divulgados pelo colunista Guilherme Amado, do jornal Metrópoles. Segundo o veículo, as declarações do ministro-chefe foram dadas em formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência, para agentes já em atividade na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
"Eu tenho uma preocupação muito grande com esse 2022, porque acho também que uma medida muito simples para mudar em dez segundo, 20 segundos, totalmente o panorama brasileiro. Atentando ao presidente da República bem-sucedido modifica totalmente a história do Brasil. Tenho plena consicência disso e, a partir da virada do ano, vou todo dia à igreja rezar alguma coisa, vou no centro espírita também, vou nos evangélicos, tudo o que tiver por aí, torcer para que ninguém adote essa solução como a solução que é. É a solução mais rápida, mais viável, com maior resultado. É eliminar a figura do presidente da República", afirma Augusto Heleno na primeira gravação.
Na outra, pontua: "Temos um dos Poderes que resolveu assumir uma hegemonia que não lhe pertence, não é, não pode fazer isso, está tentando esticar a corda até arrebentar. Nós estamos assistindo a isso diariamente, principalmente da parte de dois ou três ministros do STF, e que eu, particularmente, que sou o responsável, entre aspas, por manter o presidente informado, eu tenho que tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí".
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