"Não temos como pagar dentro do teto", diz Bolsonaro sobre precatórios
Em Dubai, presidente diz que espera aprovação de PEC no Senado, mas que só "manda" no voto de Flávio
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, neste sábado (13.nov), que "não tem como pagar" os 90 bilhões de precatórios no ano que vem sem furar o teto de gastos. Ele afirmou ainda que espera que a PEC dos Precatórios seja aprovada no Senado, mas que só "manda" no voto de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
"Dívidas da época do governo Fernando Henrique Cardoso. Essas dívidas acumularam e, de repente, o Supremo Tribunal Federal fala "o Bolsonaro tem que pagar", é o povo que paga", afirmou Bolsonaro. O presidente conversou com jornalistas ao chegar no hotel onde está hospedado em Dubai.
"A gente não tem como pagar 90 bilhões no ano que vem dentro do teto, porque ia parar tudo no Brasil. Será que o objetivo é parar tudo no Brasil?", perguntou.
O mandatário admitiu enfrentar resistência no Senado em relação à aprovação da proposta. "É mais difícil, sabemos disso. Estamos trabalhando para aprovar, o único voto que eu mando lá é o do Flávio", declarou.
Precatórios são dívidas do governo com sentença judicial definitiva, podendo ser em relação a questões tributárias, salariais ou qualquer outra causa em que o poder público seja o derrotado.
Na última 3ª feira (09.nov), a PEC dos Precatórios, que limita o valor das despesas anuais do governo com precatórios e permite que o teto de gastos seja ultrapassado, foi aprovada na Câmara dos Deputados. O texto segue para o Senado.
A aprovação, no entanto, é vista como uma vitória do governo, que pretende usar os cerca de R$ 90 bilhões dos precatórios para viabilizar o pagamento do Auxílio Brasil, novo programa de distribuição de renda, no valor de R$ 400,00.
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