Auxílio Brasil pode ser "boia furada" para população, diz senador
Oriovisto Guimarães (PODE-PR) é membro da Comissão de Assuntos Econômicos no Senado
Em entrevista ao Agenda do Poder desta 6ª feira (22.out), o senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR), membro da Comissão de Assuntos Econômicos no Senado, afirmou que o Auxílio Brasil, ao invés de ajudar, poderá prejudicar a população. Segundo ele, para milhares de brasileiros que estão "naufragando na fome", o novo benefício será uma "boia furada".
"Precisamos sim jogar uma boia para que eles sobrevivam, mas não podemos jogar uma boia furada. Tudo o que você faz com populismo fiscal, provoca inflação. Por isso digo que a boia é furada. É preciso dar auxílio, mas baseado em cortes de despesas como, por exemplo, emendas do relator, que são bilhões, como o fundão eleitoral, e outras despesas que nós podemos sim cortar para ter esse dinheiro", disse.
Para Guimarães, quanto mais o ministro da Economia Paulo Guedes cede às pressões do presidente da República, mais ele perde confiança política no mercado. Guedes anunciou nesta 5ª feira (21.out) que dois secretários da pasta pediram exoneração de seus cargos.
As demissões ocorrem em meio a concessões feitas pelo ministro Paulo Guedes em relação ao equilíbrio fiscal. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a ala do governo ligada ao Centrão têm apresentado propostas de programas sociais que, para serem custeados, demandariam um estouro do teto de gastos.
"O pior cenário é o presidente Bolsonaro continuar mandando na economia, não ouvindo aqueles que realmente são do ramo. Você viu o que aconteceu com a pandemia quando ele se negou a ouvir a ciência e as pessoas que eram do ramo da saúde", explica Guimarães.
"Se o Paulo Guedes sair do governo é mais um terremoto. É o dólar que sobe de novo, é a inflação que dispara. Depois, traga quem ele [Bolsonaro] trouxer, o mercado não vai acreditar, porque quem vai continuar no comando é o Bolsonaro. E nele, enquanto economista, o mercado não acredita", completa o senador.
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