ONU condena atitude de Bolsonaro de expor criança com farda e "arma"
Em evento político, o presidente levou ao palanque um menino com fuzil de brinquedo
O Comitê de Direitos das Crianças da Organização das Nações Unidas (ONU) informou, nesta 3ª feira (5.out), que desaprova a atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de usar uma criança vestida com trajes militares para "promover sua agenda política".
No dia 30 de setembro, em evento público em Belo Horizonte (MG), uma criança fardada e portando um fuzil de brinquedo subiu ao palco com o presidente. Em resposta a um questionamento feito por veículos de imprensa, o comitê condenou o comportamento do chefe do Executivo e considerou que práticas como a de Bolsonaro devem ser proibidas e criminalizadas.
"O Brasil é um Estado parte tanto da Convenção sobre o Direito das Crianças quanto do Protocolo Opcional sobre o envolvimento de crianças em conflitos armados, e tem a obrigação de garantir que as crianças não participem de hostilidades ou de qualquer atividade relacionada a conflitos", declarou a entidade.
De acordo com o Comitê, a participação de crianças em hostilidades é explicitamente proibida pela Convenção sobre os Direitos da Criança. Foi solicitada a "suspensão imediata e urgente do uso de crianças vestidas com trajes militares para qualquer finalidade" e a remoção de "tais imagens de todos os meios de comunicação", além de medidas para "impedir sua posterior distribuição".
No domingo (3.out), entidades ligadas à defesa dos direitos humanos denunciaram Bolsonaro à ONU. Segundo a acusação, houve violação de direitos humanos, já que o presidente "se utiliza de crianças para estimular a política de armamento brasileira".
