Presidente do Senado envia carta amistosa ao embaixador da China
Envio da carta ocorre após declaração de Bolsonaro; presidente insinuou que a China teria criado a covid-19
Em meio às dificuldades de obter insumos para as vacinas de combate à Covid-19 da China, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), enviou uma carta ao embaixador chinês, Yang Wanming, após a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito do país asiático. No documento, encaminhado nesta 6ª feira (7.mai), Pacheco destaca a "importância do relacionamento relevante e construtivo" com o país.
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Em seguida, Pacheco acrescenta que: "Diante da crescente conscientização de nossas vulnerabilidades individuais frente a urgentese desafios como o combate à pobreza, a doenças e ao aquecimento global, precisamos de maior convergência entre nações e de uma configuração internacional". A carta tem 18 linhas, é objetiva, clara e direta, indicando a intenção de reaproximação entre Brasil e China.
Na última 4ª feira (5.mai), Bolsonaro insinuou que o novo coronavírus foi desenvolvido em laboratórios chineses."É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano que ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica ou radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Eu não vou dizer para vocês".
A declaração do presidente repercutiu negativamente entre integrantes do governo brasileiro. "No momento em que o Brasil tem sido afetado de forma contundente pela proliferação de variantes do vírus, torna-se necessário, mais do que nunca, o aprimoramento da parceria de grande qualidade que tem caracterizado nossas relações bilaterais", diz trecho do ofício.
O presidente do Senado encerra o documento convidando Wanming para visitar a Casa Legislativa quando as circunstâncias estiverem "favoráveis".
O que diz a OMS
No começo do ano, uma missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi a Wuhan, cidade chinesa onde foi registrado o primeiro caso do novo coronavírus no planeta. As investigações concluíram ser "extremamente improvável" que o vírus tenha vazado de algum laboratório da cidade.