Governo
"Se houve excessos quem cometeu tem que pagar", diz Guedes sobre Lava Jato
Desmatamento, auxílio emergencial e Lava Jato foram temas centrais da reunião. Sérgio Moro também participou
O Ministro da Economia Paulo Guedes participou de uma transmissão em live do Parlatório, grupo que reúne formadores de opinião de todo Brasil, no fim da tarde deste domingo (21.mar). Quase 300 pessoas participaram da conversa com quase quatro horas de duração.
O ministro começou a reunião dizendo que foi preciso uma guerra, como chamou a pandemia, para alocar recursos. Falou sobre as contrapartidas que negociou quando iniciou o pagamento do auxílio emergencial, que foi não ter aumento de salário do funcionalismo público por dois anos e que para estender novamente o auxílio nesse momento, pediu que o marco fiscal fique como protocolo para todas as crises futuras. "Precisamos ter disciplina fiscal automaticamente em casos como o de uma pandemia", disse.
Também falou que precisou abandonar as reformas quando fomos atingidos pela pandemia e que ele precisou desenhar o auxílio emergencial como socorro para muitas pessoas. "Se o auxílio fosse de 300, 400 reais poderia ter durado mais tempo. Mas o Congresso recalibrou", explicou.
PIB caiu 4,1% e gerou empregos
Destacou que o país conseguiu resultados interessantes e que a previsão de alguns economistas era de que o Produto Interno Bruto (PIB), toda a riqueza produzida no país, cairia 9,7%, até 10,2%. "Nessa recessão o PIB caiu 4,1% e foram criados 140 mil empregos, o que não aconteceu em recessões anteriores". Disse que protegeu 11 milhões de brasileiros, que não foram demitidos. Já os trabalhadores informais foram ajudados através do auxílio emergencial.
Compra de vacinas pelo setor privado
Abílio Diniz, Presidente do Conselho de Administração da Península Participações, questionou que o setor privado deveria poder negociar a compra de doses da vacina igual o Estado, para poder acelerar a imunização no país, que ele considera lenta. O ministro respondeu estar 100% de acordo, porém, precisaria criar um termo para as empresas se responsabilizarem e que as doses deveriam ser entregues para o Sistema Único de Saúde (SUS) para não dizerem que "o setor privado está vacinando os ricos".
Moro faz defesa da Lava Jato
O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, participou da transmissão e questionou o ministro da Economia sobre como o Brasil conseguirá ingressar no acordo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com as questões ambientais em evidência. Guedes disse que "os americanos estão dizendo que estamos desmatando, mas não é esse governo que está queimando a floresta. Isso acontece há anos".
Na sequência, falou sobre a Lava-Jato. Disse que "provavelmente houve excessos e quem cometeu tem que pagar, mas isso não significa que dá pra ignorar e achar que nada aconteceu e está tudo bem".
Depois comentou sobre a saída de Moro do governo. "Lamentei o desentendimento entre você e o presidente. Entendo a perspectiva de cada um [...], mas, não posso ficar mais preocupado com a minha imagem pessoal sem sentir o compromisso com 200 milhões de pessoas", completou.
"[...] Confio que o presidente confia no programa. Ele confia em mim para fazer o programa. Não vou ganhar de goleada. Não vai dar pra levar tudo o que você quer", explicou. Depois, voltou à pergunta do ex-ministro e disse que "temos que mudar a linguagem ou vamos sofrer. O futuro é verde. Árvore viva vale mais que árvore morta. Lá fora a percepção está sendo de retrocesso".
Os organizadores deram a palavra a Sérgio Moro que respondeu: "Saí porque minha agenda não tinha respaldo nenhum do Presidente da República. Não posso avançar a agenda sem o acordo do presidente da república. Não é questão de sair para preservar a biografia, isso é um fator importante também. Se tivesse a percepção que teria como avançar na agenda de corrupção, mas não tinha", disse.
Moro continuou dizendo que "não é só o fim da Lava Jato. São escolhas que vão sendo feitas que o Brasil era elogiado no passado. Me preocuparia ficar em um governo que teve um desmonte da agenda anticorrupção. Moro discordou que houve excessos na Lava Jato. "Nunca vi quais são esses excessos. Lamento que não tenha ido mais adiante", rebateu o ex-juiz.
Guedes respondeu que quando se referiu a "biografia" ele falou em referência a ele mesmo e voltou a falar sobre a pergunta de Moro. "Vai ser fácil ou não entrar na OCDE? Nessas duas dimensões temos que ter um discurso mais afinado".
E completou: "Você (Moro) sabe como lamentei ver as pessoas super bem intencionadas lutando numa areia movediça, enquanto outras acham que são eternas pensarem que somos transitórios".
O ministro da Economia voltou a falar sobre a Lava Jato. "Tenho que respeitar os juízes que dizem que houve excessos", finalizou.
Relacionamento com o Congresso
A head do UBS Group Brasil questionou o que Guedes espera do relacionamento com o Congresso e se tivesse que escolher uma única macro reforma, qual seria. O ministro respondeu que não existe uma bala de prata. "A previdência tinha que ser o primeiro ataque. A reforma tributária é essencial. A reforma administrativa foi simplificada e deve ser relativamente rápida a aprovação", explicou.
Sonho com a Carteira Verde-amarela e Renda Brasil
Guedes falou sobre o futuro: "Sonho em criar a 'Carteira Verde-amarela' e o novo regime previdenciário trabalhista. Não quero lutar contra a legislação que está aí. Só quero dar o direito de 38 milhões de brasileiros que foram excluídos do mercado de trabalho a chave para reempregá-los E criar o 'Renda Brasil'. Tudo esse ano", finalizou.
O ministro começou a reunião dizendo que foi preciso uma guerra, como chamou a pandemia, para alocar recursos. Falou sobre as contrapartidas que negociou quando iniciou o pagamento do auxílio emergencial, que foi não ter aumento de salário do funcionalismo público por dois anos e que para estender novamente o auxílio nesse momento, pediu que o marco fiscal fique como protocolo para todas as crises futuras. "Precisamos ter disciplina fiscal automaticamente em casos como o de uma pandemia", disse.
Também falou que precisou abandonar as reformas quando fomos atingidos pela pandemia e que ele precisou desenhar o auxílio emergencial como socorro para muitas pessoas. "Se o auxílio fosse de 300, 400 reais poderia ter durado mais tempo. Mas o Congresso recalibrou", explicou.
PIB caiu 4,1% e gerou empregos
Destacou que o país conseguiu resultados interessantes e que a previsão de alguns economistas era de que o Produto Interno Bruto (PIB), toda a riqueza produzida no país, cairia 9,7%, até 10,2%. "Nessa recessão o PIB caiu 4,1% e foram criados 140 mil empregos, o que não aconteceu em recessões anteriores". Disse que protegeu 11 milhões de brasileiros, que não foram demitidos. Já os trabalhadores informais foram ajudados através do auxílio emergencial.
Compra de vacinas pelo setor privado
Abílio Diniz, Presidente do Conselho de Administração da Península Participações, questionou que o setor privado deveria poder negociar a compra de doses da vacina igual o Estado, para poder acelerar a imunização no país, que ele considera lenta. O ministro respondeu estar 100% de acordo, porém, precisaria criar um termo para as empresas se responsabilizarem e que as doses deveriam ser entregues para o Sistema Único de Saúde (SUS) para não dizerem que "o setor privado está vacinando os ricos".
Moro faz defesa da Lava Jato
O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, participou da transmissão e questionou o ministro da Economia sobre como o Brasil conseguirá ingressar no acordo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com as questões ambientais em evidência. Guedes disse que "os americanos estão dizendo que estamos desmatando, mas não é esse governo que está queimando a floresta. Isso acontece há anos".
Na sequência, falou sobre a Lava-Jato. Disse que "provavelmente houve excessos e quem cometeu tem que pagar, mas isso não significa que dá pra ignorar e achar que nada aconteceu e está tudo bem".
Depois comentou sobre a saída de Moro do governo. "Lamentei o desentendimento entre você e o presidente. Entendo a perspectiva de cada um [...], mas, não posso ficar mais preocupado com a minha imagem pessoal sem sentir o compromisso com 200 milhões de pessoas", completou.
"[...] Confio que o presidente confia no programa. Ele confia em mim para fazer o programa. Não vou ganhar de goleada. Não vai dar pra levar tudo o que você quer", explicou. Depois, voltou à pergunta do ex-ministro e disse que "temos que mudar a linguagem ou vamos sofrer. O futuro é verde. Árvore viva vale mais que árvore morta. Lá fora a percepção está sendo de retrocesso".
Os organizadores deram a palavra a Sérgio Moro que respondeu: "Saí porque minha agenda não tinha respaldo nenhum do Presidente da República. Não posso avançar a agenda sem o acordo do presidente da república. Não é questão de sair para preservar a biografia, isso é um fator importante também. Se tivesse a percepção que teria como avançar na agenda de corrupção, mas não tinha", disse.
Moro continuou dizendo que "não é só o fim da Lava Jato. São escolhas que vão sendo feitas que o Brasil era elogiado no passado. Me preocuparia ficar em um governo que teve um desmonte da agenda anticorrupção. Moro discordou que houve excessos na Lava Jato. "Nunca vi quais são esses excessos. Lamento que não tenha ido mais adiante", rebateu o ex-juiz.
Guedes respondeu que quando se referiu a "biografia" ele falou em referência a ele mesmo e voltou a falar sobre a pergunta de Moro. "Vai ser fácil ou não entrar na OCDE? Nessas duas dimensões temos que ter um discurso mais afinado".
E completou: "Você (Moro) sabe como lamentei ver as pessoas super bem intencionadas lutando numa areia movediça, enquanto outras acham que são eternas pensarem que somos transitórios".
O ministro da Economia voltou a falar sobre a Lava Jato. "Tenho que respeitar os juízes que dizem que houve excessos", finalizou.
Relacionamento com o Congresso
A head do UBS Group Brasil questionou o que Guedes espera do relacionamento com o Congresso e se tivesse que escolher uma única macro reforma, qual seria. O ministro respondeu que não existe uma bala de prata. "A previdência tinha que ser o primeiro ataque. A reforma tributária é essencial. A reforma administrativa foi simplificada e deve ser relativamente rápida a aprovação", explicou.
Sonho com a Carteira Verde-amarela e Renda Brasil
Guedes falou sobre o futuro: "Sonho em criar a 'Carteira Verde-amarela' e o novo regime previdenciário trabalhista. Não quero lutar contra a legislação que está aí. Só quero dar o direito de 38 milhões de brasileiros que foram excluídos do mercado de trabalho a chave para reempregá-los E criar o 'Renda Brasil'. Tudo esse ano", finalizou.
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