Academias de ginástica artística registram aumento de até 40% na procura
Crianças se espelham na medalhista Receba Andrade para começar a praticar esporte
Mesmo com o fim dos jogos olímpicos de Tóquio, o entusiasmo das crianças com as medalhas de outro e prata de Rebeca Andrade fez crescer a procura por aulas de ginástica artística em São Paulo. Algumas academias já registraram um aumento de até 40%.
Vittória Urbano, de 9 anos, começou a fazer os primeiros movimentos sozinha, na sala de casa. "Eu queria aprender a fazer tudo aquilo. Antes eu já fazia cambalhota, estrelinha, mas ficava tudo torto e eu queria aprender direito", relembra. A família matriculou a menina em uma academia. No local, as histórias são semelhantes, a maioria delas quer se atleta profissional.
E, para isso, as crianças se espelham em ninguém menos que Receba Andrade. "A Vittória sempre gostou e, por conta da pandemia, eu fui protelando essa atividade física, mas nas Olimpíadas ela ficou doida, ela acompanhou o ouro, a prata, e ai lá fui eu atrás de uma escola", fala a mãe da menina, Sabrina Urbano.
Talvez isso justifique o aumento de quase 40% na procura por aulas de ginástica em uma academia na zona norte de São Paulo. Durante as Olimpíadas, muita coisa mudou no estabelecimento. Por exemplo, antes eram sete turmas e, agora, são 11. Antes, cada uma delas tinha dez alunos e, agora, são 14. No local também, hoje, existe uma grande fila de espera, pelo menos 20 crianças aguardam uma chance.
De acordo com Michel de França, sócio-proprietário, "as meninas já chegam falando 'eu vi na TV, eu quero fazer isso, eu quero dar mortal'. Eu falo 'calma, vamos devagarzinho, vamos aprender uma cambalhotinha, aos poucos, vamos se introduzir na ginástica". A criança não precisa ter aptidão para começar.
"Isso ajuda muito para o desenvolvimento dela, tanto psicológico quanto físico, a interação em grupo. Não importa se ela tem dificuldade ou não", pontua a professora de ginástica Patrícia Picciafuoco. E o objetivo as meninas já deixaram bem claro: aprender cada vez mais.
Veja reportagem do SBT Brasil:
