Mulheres pretas recebem até 50% menos após concluírem faculdade
Índice reafirma desigualdade de gênero e de raça no mercado de trabalho; idade também pesa
A desigualdade de gênero no mercado de trabalho não é uma novidade. Tampouco a racial. Ao unir-se os dois recortes, então, a situação é ainda pior. O desequilíbrio que é senso comum foi reafirmado pelo Índice ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2023, divulgado nesta 3ª feira (29.ago). Segundo o levantamento, mulheres pretas recém-formadas recebem 50% a menos, em média, que homens brancos na mesma condição.
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De acordo com o indicador, 82,2% dos homens conseguem um emprego após a graduação, ante 74,1% das mulheres. A renda média para eles é de R$ 5.120, enquanto a delas é de R$ 3.658, ou seja, 40% menor. As maiores distâncias salariais, ironicamente, são em áreas dominadas por mulheres. Na Educação, por exemplo, a diferença chega a 82,3%. Já na Saúde, ela é de 27,8%.
Levando em consideração a raça, os brancos têm uma empregabilidade de 81% e renda média de R$ 4.642. Os pretos, por sua vez, têm empregabilidade de 63% e renda média de R$ 3.288 -- 30% a menos.
A idade também é uma influência negativa. A faixa de 25 a 35 anos costuma conseguir emprego mais fácil, com empregabilidade em 51%. Os salários, porém, são até 50% mais altos, na média, para quem tem mais de 50 anos.
O levantamento mostrou ainda que cresceu o percentual de formandos que conseguem um emprego logo após concluírem o curso. No ano passado, 69% conseguiram um trabalho até um ano após a formatura, sendo que 70% na área de formação. Em 2023, os percentuais são de 75,6% empregados, com 83,1% na área de formação.