Confiança do consumidor sobe em agosto e chega ao quarto mês em alta
Os 96,8 pontos atingidos agora aproximam o indicador do maior nível desde fevereiro de 2014
A confiança do consumidor avançou pelo quarto mês consecutivo, com o resultado de agosto. De acordo com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE, a alta foi de 2,0 pontos para 96,8 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2014 (97,0 pontos).
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Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 2,9 pontos, a quinta alta consecutiva, para 94,6 pontos.
Influências
A melhora na percepção dos consumidores sobre a situação atual e as expectativas ligeiramente mais otimistas em relação aos próximos meses deram impulso ao indicador: continuidade de recuperação do quadro macroeconômico, a resiliência do mercado de trabalho e o início de programas voltados para a quitação de dívidas. "A continuidade desse cenário pode levar a confiança do consumidor de volta à neutralidade dos 100 pontos nos próximos meses, algo que não ocorre desde o fim de 2013", afirma Anna Carolina Gouveia, economista do FGV-IBRE.
Componentes
O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 4,6 pontos, para 81,4 pontos, alcançando o maior nível desde janeiro de 2015 (81,6 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) manteve-se relativamente estável variando 0,2 ponto, para 107,6 pontos, após três altas consecutivas.
A satisfação sobre a situação econômica local subiu 3,8 pontos para 90,9 pontos acumulando mais de 10 pontos em sua sétima alta consecutiva, e atingindo o maior nível desde agosto de 2014 (91,2 pts).
Finanças familiares registrou uma variação mais significativa: 5,3 pontos, para 72,3 pontos, após ficar relativamente estável no mês anterior.
Para os próximos meses, o ímpeto de compras de bens duráveis subiu 6,3 pontos, para 98,6 pontos, maior nível desde maio de 2014 (99,7 pts.) possivelmente influenciado pela perspectiva de melhora das finanças familias, cujo indicador cresceu 2,6 pontos, para 107,6 pontos, o maior nível desde janeiro de 2019 (108,7 pts.) Apenas o indicador que mede as expectativas sobre a situação econômica local recuou no mês, 8,2 pontos, para 115,7 pontos, em um movimento de calibragem do nível de otimismo após três meses de altas consecutivas.
Em agosto, foi observado o aumento disseminado da confiança nas faixas de renda, para mais de 90 pontos. Esse cenário não era visto desde fevereiro de 2019. O avanço é resultado da melhora difusa na percepção sobre a situação atual. Quanto às expectativas, apenas as famílias de menor poder aquisitivo (até R$ 2.100) indicaram redução do otimismo. Confira.
"Este resultado é prima irmã da melhora no mercado de trabalho que vem se comportando bem e da inflação em queda em 12 meses. Este resultado reitera nossa projeção de 2,5% para este ano e de 2% para o ano que vem para o PIB fechado. Os 'espíritos animais' de empresários e consumidores tende a melhorar com o cenário mais benigno e isso reforça as perspectivas de consumo e investimentos. Sobre a melhora de humor dos empresários, reitero a leitura de que os preços ao produtor (IPP) está rodando em 12 meses com forte deflação o que permite, num primeiro momento, recompor margens de lucro, mas num segundo momento irá influenciar os investimentos quando casar demanda em alta e margens 'no lugar'", comenta o economista e consultor André Perfeito.
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